Viagens de avião transformam Copa de 2014 em líder em emissão de poluentes

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As dimensões continentais do Brasil e a necessidade de deslocar turistas e seleções por milhares de quilômetros entre as 12 sedes do torneio vão transformar a Copa do Mundo de 2014 no evento esportivo mais poluente dos últimos oito anos.

O Mundial do Brasil deve jogar 2,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, segundo relatório elaborado a pedido da Fifa. A quantidade de poluentes é similar aos gases gerados por 560 mil carros ao longo de um ano.

A emissão de gases do efeito estufa pela Copa do Mundo é comparável ao provocado pela frota de veículos de capitais como Manaus (AM), Recife (PE) ou Salvador (BA). O levantamento não leva em conta a construção e a reforma dos 12 estádios. Também não contabiliza a movimentação de pessoas que visitarão o Brasil durante a Copa, mas não irão aos jogos.

Por outro lado, o estudo coloca na conta a organização da Copa das Confederações e de outros eventos, como o sorteio de grupos. O inventário da emissão de poluentes mostra que a categoria transportes é responsável por 83,7% de toda a poluição ? ou 2,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

A Copa de 2010, na África do Sul, emitiu o equivalente a 1,65 milhão de toneladas de dióxido de carbono, embora houvesse uma previsão inicial de 2,64 milhões. Um terço da pegada de carbono deixada pelo mundial africano foi provocada por deslocamentos de turistas e jogadores. A maior parte da emissão foi provocada pelas viagens internacionais.

Já na Alemanha, em 2006, cerca de 300 mil toneladas de dióxido de carbono foram jogadas na atmosfera. Especialistas acreditam que o número foi baixo devido ao fato de que a maior parte da estrutura já estava pronta e de que os deslocamentos foram menores.

A Olimpíada de Londres, em 2010, também teve uma pegada de carbono mais baixa que a Copa do Brasil. Os ingleses jogaram na atmosfera 311 mil toneladas de gases do efeito estufa. O bom resultado está relacionado ao uso do transporte público já existente em Londres. Estima-se que 86% dos visitantes se locomoveram pela cidade de metrô e ônibus.

A Fifa pretende investir cerca de R$ 6 milhões no financiamento de programas de reflorestamento e investimentos em energia eólica e hidrelétrica, o que seria suficiente para equilibrar a emissão de poluentes. Até o momento, o dinheiro não foi liberado.

No texto de apresentação do inventário, a Fifa afirma que está comprometida em fazer da Copa um evento sustentável. "A Estratégia de Sustentabilidade da Copa do Mundo tem como meta organizar e implementar o evento de um modo sustentável, reduzindo os aspectos negativos e incrementando os aspectos positivos do evento na sociedade e no meio ambiente."

Em uma coluna de setembro no site da Fifa, o secretário-geral da entidade Jérôme Valcke disse que, "A FIFA e o COL compensarão essas emissões por meio de projetos verificados e também incentivarão seus representantes a diminuir sua pegada de carbono."

Valcke cita a realização de treinamentos com os operadores das 12 arenas para "reforçar os conhecimentos dos participantes em relação a operações sustentáveis em estádios de futebol e outras instalações esportivas".

Procurada para comentar o assunto, a Fifa não respondeu.



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