Vice-presidente da Braskem admite culpa da empresa sobre o desastre em Maceió

Desde 2019, quase 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas pelo medo dos tremores de terra que criaram rachaduras nos imóveis da região.

Desde 2019, quase 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas pelo medo dos tremores de terra que criaram rachaduras nos imóveis da região. | FOTO: Reprodução
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O vice-presidente da Braskem, Marcelo Arantes, admitiu nesta quarta-feira (10) que a petroquímica "é responsável" pelo desastre ambiental e social gerado em Maceió após o afundamento do solo de cinco bairros. Desde 2019, quase 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas pelo medo dos tremores de terra que criaram rachaduras nos imóveis da região.

O QUE ACONTECEU: A fala de Arantes ocorreu durante a CPI da Braskem e, na ocasião, o senador Dr. Hiran (PP-RR) questionou sobre a culpa e responsabilidade da empresa sobre as tragédias que ocorreram em Maceió. "Se a culpa não é da Braskem, essa culpa seria de quem?".

“A Braskem tem, sim, contribuição e é responsável pelo evento ocorrido em Maceió, isso já ficou claro. Não é à toa que todos os esforços da companhia têm sido colocados para reparar, mitigar, compensar todo dano causado da subsidência na região”, declarou Marcelo Arantes, vice-presidente Global de Pessoas, Comunicação, Marketing e Relações com a Imprensa da Braskem, durante depoimento à CPI da Braskem.

Arantes ainda lembrou que, como parte desse reconhecimento, foi negociado o plano de pagamento de compensação financeira iniciado em 2019 a moradores e proprietários de terrenos e imóveis na região afetada. Antes de prestar depoimento, o vice-presidente pediu e teve concedido um habeas corpus pelo ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), para ficar em silêncio após perguntas que lhe possam incriminar.

FOTO: Jonathan Lins/Folhapress

PERGUNTAS SEM RESPOSTAS: Durante o depoimento, ele não respondeu várias perguntas técnicas sobre a operação da empresa, o que gerou irritação no relator Rogério Carvalho (PT-SE) e no presidente Omar Aziz (MDB-AM).

“O senhor dirige a área de pessoas, e a gente está perguntando se sete pessoas estavam trabalhando nas minas, e isso não é do seu conhecimento? Se tecnicamente não pode responder absolutamente nada, estamos perdendo muito tempo aqui, Rogério. São muitas questões que precisamos saber”, questionou Omar Aziz.

MORADORES EXPULSOS: Arantes informou que está na empresa desde 2010, mas entrou no caso de Maceió em maio de 2019 "apenas no processo, processo de comunicação". Aziz ainda questionou sobre a entrevista dada à Folha, em dezembro de 2023, em que Arantes se negou a admitir a responsabilidade da empresa e citou que "geologia é coisa complexa." 



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