Vinte e quatro feridos em incêndio de boate em Santa Maria continuam internados

Segundo Ministério da Saúde, três pacientes respiram com ajuda de aparelhos.

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Um mês após a tragédia na boate Kiss que causou a morte de 239 pessoas, em Santa Maria, 24 jovens que estavam na casa noturna ainda estão internados em hospitais do Rio Grande do Sul ? 20 em Porto Alegre e quatro em Santa Maria. De acordo com o Ministério da Saúde, três estão em estado crítico e respiram com ventilação mecânica.

O número de internados após o incêndio na boate ultrapassou 140. Até agora, cinco feridos morreram no hospital. Após o ocorrido, os pacientes em estado mais grave foram transferidos para Porto Alegre, cerca de 300 km de Santa Maria, para um hospital de referência no atendimento a queimados no Estado.

Nesse período, o Estado chegou a receber ajuda do exterior. A Argentina mandou estoque de pele para o Brasil e médicos do Canadá foram para o Rio Grande do Sul avaliar os pacientes internados e iniciar a aplicação da técnica de ventilação extracorpórea, que ajuda a promover uma recuperação pulmonar mais rápida.

Logo após o incêndio, cerca de130 pessoas ficaram feridas e foram internadas. No entanto, por causa da inalação da fumaça tóxica ? motivo da morte da maioria das vítimas ? muitos sobreviventes sofreram de pneumonia química e outras complicações respiratórias dias após a tragédia e tiveram que ser internados.

Na última sexta-feira (22), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou as medidas que fazem parte da terceira fase de atendimento médico aos familiares, vítimas e profissionais que participaram do resgate do incêndio na boate. Segundo o ministro, as ações fazem parte de um termo de compromisso que vai organizar o serviço de acompanhamento clínico e psicossocial para os envolvidos.

Em nota, ficou esclarecido que receberão atendimento ?os pacientes que foram internados com comprometimento pulmonar e/ou queimaduras; as pessoas que tiveram contato na boate com os gases e inalante; além dos amigos, familiares das vítimas e profissionais envolvidos no atendimento que precisam de apoio psicológico?.

Ainda de acordo com a nota, nesta etapa, o foco será o acompanhamento dos pacientes que sofreram problemas pulmonares. Além disso, aqueles que estiveram no local da tragédia serão cadastrados para que ocorra o monitoramento de seu estado de saúde. Em março será aberto um espaço para o cadastramento dessas pessoas.

Já os feridos que ficaram internados na UTI e tiveram problemas respiratórios graves serão submetidos a novos exames para uma avaliação mais completa, como explica o ministro na nota.

? Esses exames nos permitem avaliar se houve evolução de alguma lesão pulmonar ou qualquer outro tipo de alteração ou sequela. Esse resultado vai nos ajudar a prever que outras ações clínicas podem ser adotadas.

Um mês de tragédia

A tragédia vai completar um mês nesta quarta-feira (27). O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, a 290 km de Porto Alegre, aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro e deixou 239 mortos e mais de cem feridos. O fogo teria começado quando a banda Gurizada Fandangueira se apresentava. Segundo testemunhas, durante o show foi utilizado um sinalizador ? uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" ? que, ao ser lançado, atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se alastraram em poucos minutos.

A casa noturna estava superlotada na noite da tragédia, segundo o Corpo de Bombeiros. O incêndio provocou pânico e muitos não conseguiram acessar a única saída da boate. Os proprietários do estabelecimento não tinham autorização dos bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da casa estava vencido desde agosto de 2012.

Esta é considerada a segunda maior tragédia do País depois do incêndio do Grande Circo Americano, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Em 17 de dezembro de 1961, o circo pegou fogo durante uma apresentação e deixou 503 mortos.



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