Vítimas contam histórias de fome e ataque de insetos em queda de avião da FAB

ntre eles, estava a enfermeira Josiléia Vanessa de Almeida, que está grávida de 14 semanas. Ela e o bebê passam bem

Queda de avião da FAB | Divulgação
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Com fome, picadas de inseto por todo o corpo e muito nervosos, os sobreviventes foram levados de helicóptero ao Hospital Regional do Juruá, em Cruzeiro do Sul (AC). Entre eles, estava a enfermeira Josiléia Vanessa de Almeida, que está grávida de 14 semanas. Ela e o bebê passam bem.

O diretor do hospital, Marcos Roberto de Melo, afirmou que outros três sobreviventes, que faziam parte da tripulação do avião, receberam atendimento médico de militares e nem deveriam ficar no hospital.

A enfermeira e os outros cinco técnicos em enfermagem encontrados passariam por exames adicionais no próprio hospital, e deveriam ficar em observação ao menos até a noite de ontem.

Apesar de "psicologicamente abalados", como descreveu Melo, nenhum deles sofreu lesões graves. Alguns tiveram escoriações leves e todos estavam com muitas picadas de insetos, por terem ficado cerca de 24 horas na área, de mata muito densa. "Estávamos preparados para algo muito pior. Mas graças a Deus não foi tão grave."

Para Raylivan Silva, filho da sobrevivente Maria das Dores Silva, os momentos de espera até a encontrarem foram de vigília. Ele contou que as famílias de outros então desaparecidos que, como ele, moram em Atalaia do Norte, se reuniram para rezar e esperar notícias. Não conseguiram dormir.

Viagem indesejada

O técnico em enfermagem João de Abreu Filho, 33, um dos dois ocupantes do C-98 Caravan que continuavam desaparecidos até o fim da tarde de ontem, voltava de uma viagem a trabalho que não queria ter feito, diz sua irmã, Vanessa.

Segundo ela, o técnico estuda biologia na UEA (Universidade do Estado do Amazonas) e disse à família que, para fazer o trabalho, que durou 17 dias, precisaria faltar a aulas e perder provas. "Ele se despediu da gente dizendo que voltava em duas semanas. Foi só porque era preciso mesmo", disse.

Vanessa definiu Abreu Filho como um "rapaz trabalhador, estudioso, que ia à luta para ser alguém na vida". Casado, mora em Benjamin Constant (AM) e tem duas filhas, de 14 e 10 anos. Seu plano era, mais tarde, cursar medicina ou enfermagem.

A irmã disse que ele tem experiência em sobrevivência na selva, por ter sido soldado durante sete anos em Tabatinga (AM), cidade da região, e que não tem medo de voar de avião, mesmo os menores, porque costumava fazer esse tipo de serviço na floresta. "É do que ele gostava", afirmou.

Abreu Filho foi contratado pela Prefeitura de Atalaia do Norte (AM) por meio de um convênio com o Ministério da Saúde, segundo a Fundação Nacional de Saúde. O trabalho consistia em ajudar na Operação Gota, de vacinação de populações de regiões remotas -no caso, do rio Javari.



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