Zelador planta arroz, algodão e pinha no seu próprio tumulo em cemitério

Plantação foi feita em uma carneira abandonada no meio do cemitério. Além de arroz, zelador plantou pé de algodão e pinha no próprio túmulo.

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Zelador planta arroz, algodão e pinha no seu próprio tumulo em cemitério | Reprodução/Internet
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Zelador do cemitério municipal de Monte Aprazível (SP), o funcionário público Antônio Pinheiro Ribeiro, de 63 anos, não é conhecido na pequena cidade, de cerca de 20 mil habitantes, apenas por cuidar do local. Ex-lavrador, "Dez" planta no cemitério, uma cultura pouco comum, já que as lendas populares e medos em relaçãoa água e terra desses locais não são tão favoráveis ao tema. O fato é que tudo isso, como propriamente dito, são "lendas", sem medo Antônio acaba de cultivar seu segundo plantio de arroz e pretende preparar uma galinhada para os amigos.

Em uma carneira (local reservado para os jazigos), abandonada no meio do cemitério, Antônio fez uma pequena plantação. Em março, ele deve colher o arroz plantado. ?É um local abandonado há anos, estou aqui há muito tempo e nunca vi ninguém reclamar das plantações que faço. Em novembro, eu colhi a primeira plantação e deu cerca de 20 quilos de arroz?, afirma o zelador.

Ele fez este segundo plantio no dia 12 de dezembro, um dia antes do dia de Santa Luzia, que segundo ele, é a data limite para o plantio desta cultura para trazer um bom retorno. Ele espera agora que o plantio dê tanto arroz quanto da primeira vez. ?Tudo que colhi na primeira vez está guardado, vou juntar com esta colheita que vou fazer agora e fazer uma galinhada para os amigos. O que sobrar eu vou doar?, diz o ex-lavrador.

Antônio afirma que já plantou vários tipos de frutas, além de flores, no cemitério, mas nenhum outro plantio chamou tanta atenção quanto o arroz, que é de difícil cultivo. Ele diz que pretende plantar mais vezes, já que os frequentadores do local gostaram da ideia. Todas as plantações foram feitas em locais onde não há ninguém enterrado. ?Acho que foi até um Santo que falou para plantar arroz, porque a ideia veio do nada. O pessoal gostou, muita gente passa pelo local e tira foto, muitos não sabem nem como é um pé de arroz?, afirma.

Para manter a plantação sempre em ordem, Antônio costuma limpar bem o terreno além de regar o local em dias alternados. Ele afirma que aprendeu o cultivo de arroz na época da adolescência, quando trabalhava na roça. ?Eu trabalhei muito na lavoura, já colhi e plantei muito arroz, feijão, milho. Até por isso resolvi plantar aqui, é uma terapia a gente cuidar das plantas, de uma horta, ajuda a manter a cabeça em ordem?, conta.

Mas se engana quem pensa que no cemitério de Monte Aprazível tem apenas plantio de arroz. Antônio também cuida de um pé de algodão, além do pé mais especial do local: de pinha, plantado recentemente ao lado do jazigo dele. ?Eu adoro pinha, é uma fruta doce, então resolvi plantar perto da minha carneira. Quando eu morrer, quero levantar durante à noite e comer uma pinha?, brinca o zelador.

Agora, se os amigos convidados para comer a galinhada terão coragem ao saber que arroz foi plantado no cemitério? Antônio não vê nenhum problema com a situação e joga fora os medos populares. ?Isso é bobagem, arroz é saúde. Para mim, o arroz daqui é melhor do que os outros, que podem ter até agrotóxico ou algo assim. No ano passado, plantei um pé de melancia no cemitério e levei para casa para comer, ninguém passou mal , não tive problema nenhum, estou aqui ainda para contar história?, diz Antônio, que pretende continuar com a cultura nada tradicional.



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