Audiência pública: hospital deixará de ser municipalizado e voltará para o estado

Audiência pública: hospital deixará de ser municipalizado e voltará para o estado

Audiência pública | Foto: Denison Duarte
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Um dia inédito na história da democracia popular, conceito atribuído por todos os presentes à audiência pública ocorrida hoje, 13, sobre os destinos da saúde pública no município de Amarante. O evento, ocorrido na Câmara dos vereadores, a partir das 10h40min, abriu espaço para acusações e defesas, políticos e população, profissionais da saúde e governos municipal e estadual.

Inicialmente o vereador José Pereira, como faz na tribuna durante as sessões ordinárias, questionou sobre as más condições do hospital focando a carência no atendimento, em material de trabalho, em medicamentos e na ausência de médicos durante os plantões. O vereador, que apresentou um abaixo assinados com mais de 1500 assinaturas contra a municipalização do hospital, justifica a idealização da audiência sob o argumento de nunca ter visto tamanho desequilíbrio em administração de saúde na história de Amarante. ?Em nosso município, nobres colegas, falta tudo, até algodão e seringa para aplicar uma injeção.?, completou.

A fala do vereador desencadeou uma série debates e opiniões confrontantes sobre a situação, mas encontrou o apoio no quadro de funcionários do hospital representado pela técnica em enfermagem, Maria Elizabeth, popular Eliza, que, além de ratificar o discurso de José Pereira, deu ênfase às denúncias ilustrando a situação com fotos de acessórios do hospital em mau estado de conservação. Já o ex-prefeito, Francisco Câmara, foi categórico em afirmar que o prefeito, Luiz Neto, não pode ser responsabilizado e nem acusado pelo problema da saúde pública do município. Em todo o país, disse ele, a saúde não está sendo vista com responsabilidade pelos governantes das esferas superiores.

O médico e ex-prefeito de Amarante, Dr. João de Miranda Peixoto, reconhece a dificuldade pela qual passa o hospital, mas diz desconhecer, diante o fato, a culpa do prefeito Luiz Neto e de qualquer autoridade do município. ?Todos somam a culpa no quadro de dificuldades da instituição?, diz ele.

O médico e assessor técnico da SESAPI, Dr. Agenor Lira, compareceu à audiência representando a secretária estadual de saúde, Lílian Martins. Ele, em sua fala, deu o seu manifesto favorável à devolução da gerência do hospital de Amarante para o estado: ?se o hospital está municipalizado e o estado não pode passar para ele recursos excedentes à sua produtividade, eu acho que a solução para o problema da saúde de Amarante, com certeza, será a sua devolução para o estado?, afirmou o assessor reconhecendo que o hospital não devia ter sido municipalizado já que o mesmo é regional e que a solução é realmente voltar para a gerência do estado.

Dr. Agenor não culpou o município nem o estado pelas dificuldades enfrentadas pelo hospital, mas o sistema, instante em que comparou a situação de Amarante com a de outros municípios do Piauí.

Ao final, Luiz Neto fez um esboço histórico da busca pela não municipalização do hospital e justificou aos presentes as dificuldades da instituição argumentando a falta de recursos e os descasos do estado em relação às suas solicitações para que o mesmo não fosse municipalizado. O prefeito rebateu as acusações sofridas dizendo: "diziam no estado que o problema de Amarante era de gestão, mas ninguém administra sem recursos. Não há mágico que consiga fazer isso! Pedi ao estado que indicasse um diretor que o município pagaria, mas ele se negou."

A não municipalização do hospital era um sonho de Luiz Neto, de seus assessores, dos funcionários do hospital e também da população de Amarante. É uma batalha travada desde o início da gestão municipal, em virtude de problemas financeiros de grandes proporções. Perante todos, o prefeito ganhou espaço e força sendo fortemente aplaudido após submeter a decisão à votação popular. Os presentes foram unânimes na decisão e as providências serão tomadas imediatamente.

As duas primeiras fotos comprovam a unanimidade quando, a pedido de Luiz Neto, os presentes levantaram os braços para confirmarem o desejo do retorno da gerência do hospital de Amarante para o estado. O gesto foi um não à municipalização.



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