Barragens: população participa de palestra sobre impactos ambientais

Nossa maior preocupação é com as comunidades que guardam características específicas como é o caso de Amarante que tem um patrimônio artístico, cultural e arqueológico que necessitam ser valorizados. A população fica aterrorizada pela falta de informações. O que nós queremos é que esclarecimentos sejam feitos relativos à construção dessas barragens, por exemplo: se essas pessoas serão indenizadas, quanto receberão e de que forma se dará essa indenização; os questionamentos são de Leonardo Madeira, Doutorando em Desenvolvimento e Meio Ambiente durante a palestra que aconteceu hoje, pela manhã, no Museu Odilon Nunes sobre os impactos ambientais que serão causados com a construção das barragens do Estreito e de Castelhano.

A palestra reuniu grandes nomes como o poeta piauiense Neto Sambaíba, o Médico Francisco Almeida (Dr. Tatá), a ex-professora da UESPI Euzeni Dantas, o vereador Paulo Nésio, o acadêmico Francisco Neto (Chico Neto), o empresário Leonardo Paes Landim, o Jornalista José Virgílio, entre outros. A ocasião foi oportuna para a comunidade amarantina manifestar-se contra a realização das obras.

Segundo Leonardo Madeira, outra grande preocupação é a não construção das eclusas, obra de engenharia hidráulica que consiste numa construção que permite que barcos subam ou desçam os rios ou mares em locais onde há desníveis (barragem, quedas de água ou corredeiras), que deveriam acontecer para que o rio tenha assegurada a navegabilidade. ?Eu acredito que devem existir interesses que não sejam os do pequeno agricultor?. O que deve ser feito é o fortalecimento da rede energética do Piauí com a construção de novas subestações e realizar investimentos em energia alternativa, reforça.

A organização da sociedade civil com o ministério público, os poderes executivos do município e do estado e também o legislativo foi a conclusão chegada pelos presentes que reconhecem que somente uma ação imediata dará condições de reversão favorável à não construção das barragens ou de apenas duas barragens com a mesma potência das cinco (sugestão dada pelo palestrante sob forma de redução dos impactos).

A construção dessas barragens ocasionará um impacto irreparável, no entanto, não há necessidade econômica. O que falta é investimento na construção de subestações com expansões de redes. O que muito se discute é: quanto custa o lote de terra, a casa, os bens materiais? Mas outro detalhe a ser discutido é: qual é o preço dos valores sentimental, cultural e também moral que tudo isso tem aos seus donos? Completa o poeta Neto Sambaíba.

FOTOS DA PALESTRA