Wilsom Martins brinca de política

Wilsom Martins brinca de política

ARTIGO DE DEUSVAL | DIVULGAÇÃO
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Deusval Lacerda de Moraes

Pós-Graduado em Direito

O governador Wilson Martins (PSB) depois de passar quase quatro anos tentando governar o Piauí, agora, em razão do arrocho eleitoral que enfrenta, brinca de política. Tudo começou quando, por descuido, os piauienses o elegeram em 2010 a governador do Piauí. Foi mico irreparável, por não estar à altura para dirigir o Estado em tempos modernos, democráticos, que o governante tem de atender as demandas dos segmentos do povo e se articular com habilidade, maturidade e grandeza pública com os segmentos da representatividade popular no espectro político-administrativo da governabilidade.

Na área administrativa, o seu grande erro foi não estabelecer um plano de ajuste financeiro para adotar planejamento com metas dentro da arrecadação do próprio Estado somado aos repasses compulsórios dos recursos oriundos do tesouro da União, elaborar projetos estruturantes para serem conveniados com as verbas repassadas pelo governo federal e criar condições vantajosas para eventual investimento dos órgãos multilaterais. Mas não fez o que os governos desenvolvimentistas fazem, ao contrário, gerou mais despesas, conveniou com o governo federal obras aleatórias de emendas parlamentares e endividou o Estado, ou seja, fez tudo o que a cartilha condena fazer.

Tanto é verdade que no setor produtivo não tem uma ação do seu governo que estimule o desenvolvimento industrial do Estado. Apenas para ilustrar, o Polo Industrial de Teresina foi abandonado. Como disse o presidente da Associação Industrial do Piauí, Joaquim Costa Filho, ?o Distrito Industrial de Teresina virou sucata e o Polo Cerâmico de Nazária, o principal do Nordeste, está ameaçado de fechar? (Jornal Diário do Povo de 24/11/2013). Segundo ainda o empresário, o Polo Industrial funciona sem luz, água, internet e que as indústrias estão deixando o Estado por falta de infraestrutura e de serviços básicos que atrapalham o funcionamento das empresas.

Na área social ocorreu desastre ainda maior. Quase todos os órgãos promotores de políticas sociais que estavam na estrutura administrativa do Estado praticamente foram desmontados, como as coordenadorias do Programa Fome Zero, Semiárido e Direitos Humanos. Esvaziou o PCPR, e não criou novos programas na área. O Piauí se encontra em plena seca, e o governador fala em seca? Não, porque não faz nada para debelar os dramas dos flagelados. Seca causa fome em parte dos atingidos, ele fala em fome? Não, porque também não faz nada nesse sentido. A educação é precaríssima e a saúde é deveras periclitante. Não há fomento à agricultura, é cada um por si e Deus por todos. E sobre as Mulheres do Piauí, o que ele faz? Depende, a sua esposa Lilian Martins foi feita conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE/PI) e a sobrinha Jandira Martins foi feita prefeita de Santa Cruz do Piauí.

Por causa disso, isto é, em razão do governo não levantar uma palha em prol da seca, da fome, da miséria e da produção dos setores econômicos foi que recentemente a pesquisa da CNI/Ibope revelou que 68% dos piauienses reprovam o governo do Piauí e que de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) o Piauí é o pior PIB per capita do Brasil, com US$ 4.294, que ficou abaixo do PIB da República Popular do Congo, que é de US$ 4.496. O Piauí ficou atrás do Maranhão (US$ 4.303) que até 2010 era o pior do País. Isto significa dizer que no Piauí não está existindo governo.

Mas na seara política é lastimável. Utiliza-se da lógica de descartar qualquer um para subir na vida pública e depois de eventual desprezo, sem qualquer cerimônia, tenta retornar ao convívio do que já foi abandonado, como se nada tivesse acontecido, por lhe ser útil novamente e, o que é pior, para levar vantagem outra vez da situação. Fez isso com o PSDB, quando era presidente da agremiação tucana e a abandonou sem qualquer justificativa para aderir à base aliada do governo Wellington Dias em 2005. Atualmente, mesmo sem apoiá-lo nos dois turnos da eleição de Teresina em 2012 se volta para o Palácio da Cidade fazendo juras de amor aos peessedebistas.

Mas pior mesmo fez com o PT. Primeiro, chegou como gestor da SDR do governo Wellington Dias como se fora velho amigo. Segundo, cavou a vice-governadoria nas eleições de 2006. Eleito vice, impôs a candidatura de governador no caso de assumir o governo em 2010, dizendo-se continuador da obra meritória dos petistas. Eleito governador, desmanchou todos os programas sociais do governo anterior, encheu a administração dos oligarcas que estavam à míngua e, em 2012, apresentou candidatura exótica contra a candidatura de Wellington Dias a prefeito de Teresina. E para isolar Wellington Dias em 2014, foi taxativo no dia 21 de junho em São João do Piauí que apoiaria irreversivelmente a candidatura peemedebista à sua sucessão.

Wellington Dias ressabiado de suas astúcias de outros carnavais fez o que deveria ser feito, ou melhor, foi buscar apoio junto ao PTB, ao PP e a outras siglas partidárias. Apoio dado se fez a costura da chapa majoritária para 2014, com Wellington Dias governador e João Vicente Claudino senador (político de palavra e íntegro). E com o apoio maciço das lideranças políticas desses partidos e, o que é melhor, conforme as pesquisas internas, com o apoio estrondoso dos piauienses. Hoje a chapa é decantada em prosa e verso e já tem os apoios irrestritos da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula, da direção nacional do PT e das tendências do PT do Piauí na capital e no interior do Estado, dos detentores de mandato eletivo, sindical ou militante.

Mas Wilson Martins na sua cruzada política sempre quer levar a melhor. E desenganado sobre o seu futuro político contra a chapa WD e JVC, em pleno final de ano em que todos cultivam a paz no espírito e no coração, ele diz que quer o apoio de Wellington Dias para o Senado (Jornal Diário do Povo de 28/12/2013), abandonando Zé Filho, PMDB e outros, como se governar fosse lhe dever obediência obrigatória pelos governados, como Kadafi na Líbia. Só que, desta vez, pegou o bonde errado, porque os piauienses estão ansiosos para se livrar do seu jugo em 5 outubro de 2014.



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