Homenagem justa a Tia Maria, uma grande mulher que nos deixou com muita saudade

Homenagem justa a Tia Maria, uma grande mulher que nos deixou com muita saudade

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O blogueiro faz hoje, neste dia especial de Natal, uma homenagem também especial a sua tia Maria, falecida no último dia 22 em Teresina, logo após dar entrada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

A saudade é muito grande. Com 88 anos de idade, ela era como uma mãe e uma avó para o blogueiro. Quando o blogueiro era criança vivia na casa dela, passando boa parte do tempo nas moagens de cana, muitas vezes dando trabalho a ela por ser um menino danado, muito ativo.

(UMA PINTURA QUE RETRATA O CASAMENTO DA TIA MARIA COM O TIO ROSA NOS FINS DA DÉCADA DE 1930 E INÍCIO DA DE 1940)

"Os cuidados dela para com comigo eram enormes. Também fez o papel de mãe da minha mãe depois que a minha avó Ana Rita de Meneses faleceu. Estamos todos muito tristes, mas certos que a tia Maria foi uma pessoa muito boa, que se preocupava com as pessoas da nossa comunidade. Lembro que ela tinha o hábito de presentear os vizinhos, por exemplo, com alimentos, entre eles, os tradicionais cozinhados de carne de bode, já que tinha criatórios de bodes; e a nossa região passava por muitas dificuldades em função da seca. Podia ser uma pequena ajuda que pode até alguém dizer que é besteira nos dias de hoje, mas naquele tempo fazia uma tremenda diferença na vida de muita gente.

A Tia Maria foi uma grande lutadora, que conservava o hábito de ajudar o próximo. Quando sabia de alguém doente na redondeza, podia ser qualquer hora do dia ou da noite, ela ia lá dar o apoio e fazer um remédio de ervas tiradas da mata. Não me recordo muito bem, mas acho que ela atuou como parteira em algumas oportunidades, principalmente quando minha mãe foi dar à luz a alguns de minhas irmãs.

E o leite de cabra saudável? Ela tirava aquele leite de manhã cedo e, na maioria das vezes, quando sabia que tinha alguém em dificuldades nutricional, pedia uma pessoa para ir deixar o alimento na casa. Naquela época não existia bolsa família e nem nada para quem enfrentava a seca e não tinha outro meio de vida senão a agricultura de subsistência.

Como bem lembrou minha mãe Maria Pequena, quando eu falava com ela que está em São Paulo, a tia Maria tinha uma natureza forte. Não se abatia com "café pequeno", não andava choramingando pelos cantos quando tinha problemas ou uma dor qualquer. Não se maldizia, não se queixava de nada. Acho que por isso vinha sofrendo calada e foi pega de surpresa.

As mais fortes lembranças que tenho é da cozinha da Tia Maria, onde ela, nos dias de chuva, por exemplo, preparava uma galinha caipira com um tempero inigualável e um pirão inesquecível. Saia aquela fumaça das penelas, uma imagem que é tão vívida em minha memória que parece que foi ontem. Mesmo com as nossas bagunças, ela tinha uma "paciência de Jó" para com a gente. Dificilmente levantavam a voz para brigar por causa de alguma traquinagem nossa. Muitas e muitas vezes, quando era época de frio, ela ia lá na sala onde a gente dormia e colocava um cobertor de maior resistência. Ah, lembro que antigamente nos meses de junho, ficava horas a fio com as mãos próximas do fogo do fogão de lenha da Tia Maria me aquecendo para depois ir fazer alguma coisa.

Tempos da nossa infância que só voltam através das lembranças que tenho desta amada guerreira que nos deixou, mas onde estiver estará torcendo por todos nós aqui da terra.

Que Deus a proteja onde ela estiver!



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