Procuradoria Geral do Estado vai investigar denúncia contra promotor de Justiça

A delegada titular do 2º Distrito Policial de Campo Maior Gabriela Ferreira ouviu na manhã de quinta-feira (25), por quase três horas o depoimento do promotor de Justiça de Campo Maior Cezário Cavalcante da denúncia de agressão feita pela professora Isaura Bastos, após um desentendimento entre ele e alguns professores, ocorrido na Secretaria Municipal de Educação- SEMED.

Segundo o promotor de Justiça Cláudio Bastos que acompanhou o depoimento do promotor e de alguns professores presentes durante o episódio, a delegada Gabriela Ferreira vai encaminhar o inquérito à Procuradoria Geral do Estado para investigar o caso. Na delegacia, após a tomada de todos os depoimentos tanto o promotor como os professores ainda estavam abalados com o ocorrido.

No depoimento do promotor, ele relata o trabalho que vinha fazendo junto à educação de Campo Maior, iniciado pela nucleação das escolas da rede estadual com a municipal, dos ajustes que já vinham sendo feitos nos encontros com o prefeito Paulo Martins e o secretário de Educação José de Ribamar, ?Ribinha?, inclusive a reunião que teve nesta quinta-feira na SEMED com o secretário, que segundo o promotor ocorreu em clima de paz e no mais perfeito entendimento.

Ao sair foi questionado por alguns professores e no responder as perguntas surgiu exaltação de ambos os lados.

?Que este promotor como reação imediata, bateu com a revista que estava segurando, no ombro esquerdo da senhora Izaura, dizendo: Me respeite minha senhora. Que em seguida a senhora Izaura jogou um copo de água no promotor?, disse o membro do Ministério Público em depoimento à delegada, as citar que bateu a revista no ombro da professora após ela lhe perguntar quanto ele estava recebendo dos ?bodes?. O promotor disse ainda que a polêmica que gerou o desentendimento entre alguns professores da SEMED foi motivada por conta das vistorias que vêm fazendo nas escolas da rede municipal.

Os professores alegam que se os representantes do Ministério Público tivessem se manifestado desta forma, como o promotor Cezário Cavalcante está agora na atual gestão, muitos problemas teriam sido evitados em um passado bem recente, inclusive do ex-prefeito ter saído sem pagar dois meses de salários aos servidores, sem pagar o 13º, deixando o nome deles sujo junto ao SPC/Serasa, com a Previdência Própria e a Previdência Geral dos servidores também em atraso o que culminou com um débito somente na Educação municipal de quase R$ 2 milhões em apenas cinco meses deixados pela última gestão que antecedeu o prefeito Paulo Martins, que tem impedido o atual gestor investir mais em melhorias nas escolas da rede municipal. Os professores alegam que mesmo agora recebendo seus salários em dia, por conta do atraso do passado não conseguiram ainda organizar o lado financeiro, quitar seus débitos.

O prefeito Paulo Martins nem o secretário de Educação José de Ribamar ainda não se manifestaram sobre o ocorrido. O prefeito se encontra em Brasília (DF), cumprindo agenda desde o início da semana em busca de recursos para melhorias em vários setores para Campo Maior junto aos representantes dos ministérios. O seu retorno está previsto para amanhã (26), sexta-feira.