Encontro de capoeiristas e Troca de Corda em 21 anos de Escravos Brancos em Piripiri

Encontro de capoeiristas e Troca de Corda em 21 anos de Escravos Brancos em Piripiri

Grupo de capoeiristas do CEAC-Centro de Arte e Cultura | AJ Fotos
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Com o apoio da Prefeitura Municipal de Capitão de Campos e da Secretaria de Assistência Social - SEMTAS, os integrantes do grupo de Capoeira Escravos Brancos do CEAC - Centro de Artes e Cultura, tendo a frente o Professor Jackson participaram nesta manhã de domingo (19/05), da comemoração de 21 anos de Escravos Brancos na cidade de Piripiri. Ali aconteceu uma grande roda de apresentação com a presença do Mestre Albino e toda sua comissão, professores e alunos das cidades vizinhas: Brasileira, Boa Hora, Piracuruca e Teresina. Na ocasião aconteceu a troca de Cordas, promovido por toda equipe de organização de capoeira Escravos Brancos. O batizado foi bem participativo por crianças de todas as idades, pais e populares, uma boa integração entre mestres e alunos. Ocasião para a troca de energia, cultura e informações aos presentes. Organização: Lobisomem, Besouro, Mulambo, Ediberto. Com a realização da RCCEB. A capoeira sempre teve grande importância para a cultura brasileira por estar intimamente ligada ao seu passado de escravidão. A capoeira surgiu entre os escravos como um grito de liberdade. Os negros da África, a maioria da região de Angola, foram trazidos para o Brasil para trabalhar nas lavouras de cana de açúcar como mão de obra escrava. Os negros chegavam ao Brasil, depois de passarem dias empilhados em navios negreiros, trazendo como única bagagem suas tradições culturais e religiosas. O negro trouxe consigo suas danças e lutas guerreiras que de muita valia veio a se tornar para os escravos fugitivos. Na África, mais precisamente na região de Angola, os negros lutavam com cabeçadas e pontapés nas chamadas "luta das zebras", disputando as meninas das suas tribos com a finalidade de torná-las suas esposas. Na ausência de armas, os negros buscaram nas danças guerreiras sua forma de defesa. Da necessidade de preservação da vida, surgiu a capoeira. Seus golpes quase acrobáticos e com aspecto de dança muito contribuíram para enganar os senhores de engenho, que permitiam a prática, julgando-a como uma brincadeira dos escravos. A capoeira serviu por muitos anos como instrumento de luta dos escravos. As rodas de capoeira são ritmadas pelo toque de instrumentos e pelas palmas dos capoeiristas. O berimbau, que servia para dar ritmo ao jogo, também servia para anunciar a chegada de um feitor, ou seja, a hora de transformar a luta em dança. O jogo da Capoeira é acompanhado por instrumentos musicais, comandados pela figura máxima do berimbau, o qual dá o tom e comanda o ritmo para a execução das cantigas. A capoeira, graças ao reconhecimento que tem conquistado a cada dia na sociedade como um todo, já começa a ter seu espaço em muitas escolas públicas e privadas no Brasil, mobilizando um número cada vez maior de alunos de todas as idades, interessadas na sua prática. A lei 11.769 de 2008, prevê a obrigatoriedade nas escolas, do estudo sobre as culturas africana e indígena, sem dúvida, um avanço muito importante nessa área. A partir dessa lei, é possível que nossos governantes estabeleçam políticas públicas e programas que viabilizem que esses saberes façam parte dos currículos oficiais das escolas. A capoeira tem aí sua grande oportunidade de se estabelecer como um conhecimento importante e necessário a ser tratado nas escolas, não somente pelo professor de capoeira ou mestre, mas de forma interdisciplinar, a partir da abordagem de várias áreas do conhecimento, como história, educação física, literatura, música, geografia, artes, estudos sociais, filosofia, entre outras.

Por Jorgeana Ferreira

Mestre Albino e alunos do Grupo de capoeira Escravos Brancos do CEAC-Centro de Arte e Cultura, Capitão de Campos

Professor Jackson fazendo entrega de cordas aos seus alunos

Mestre Albino e equipe

Aluno do CEAC se apresentando na roda



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