Artigo de Jalinson Rodrigues: “O PSD é uma versão piorada do antigo PFL”

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O recém fundado PSD ?Partido Social Democrático ? já existiu no passado e foi extinto, juntamente com a UDN, com o fim do pipartidarismo, para o surgimento da ARENA, que deu sustentação a Ditadura Militar, instaurada em 31 de março 1964. Tanto no passado como agora, o PSD é uma agremiação formada com grande parcela de representantes políticos em declínio político. Depois da ARENA, a direita nacional formou o PDS ? Partido Democrático Social-, abrigo de tudo que era representante do atraso e do autoritarismo. Já em 1964, durante os quatro primeiros meses do ano com uma série de comícios planejados por forças da oposição e segmentos da sociedade civil organizada foi iniciada a campanha das Diretas Já, que defendia voto livre e direto para Presidente, conforme previa a Emenda Dante de Oliveira. Como partido representante do governo autoritário, o PDS rejeitou a proposta, tanto que no dia da votação da emenda no Senado, 112 deputados do PDS faltaram à sessão impedindo a formação de quorum para legitimar o desejo popular a liberdade.

Com a frustração das eleições diretas e mesmo sendo um partido do esquema governista, alguns deputados do PDS abriram dissidência e formaram o movimento da Frente Liberal, que apoiou mais tarde Tancredo Neves (PMDB), que disputou a eleição para presidente, através de vias diretas, sem a decisão da população, em colégio eleitoral votado pelos congressistas. O PDS escolheu para a disputa de presidente o deputado paulista, Paulo Maluf (PDS) e vice o deputado pelo Ceará, Flávio Marcílio (PDS). O resto dessa história é conhecida por todos. Foi eleito Tancredo Neves, que morreu antes de assumir e foi substituído pelo vice, José Sarney (dissidente do PDS), indicado pela Frente Liberal.

Em 24 de janeiro de 1985, surgiu o Partido da Frente Liberal, que participou do Governo do Presidente Sarney. Com mais de vinte anos de história, o PFL teve seus principais caciques no Nordeste como Antônio Carlos Magalhães (BA), que violou o painel do Senado, e Marcos Maciel (PE), que foi vice nos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), responsáveis pela privatização suspeita de várias instituições públicas, patrimônio do povo brasileiro, e Hugo Napoleão (PI), que no seu último governo no Piauí aconteceu o escândalo de desvio de 14 milhões da Agespisa.

Sempre aliado ao PSDB e derrotado duas vezes pelo PT, do ex-presidente Lula da Silva, em 28 de março de 2007 o PFL encerra sua história e ressurge como Democratas (DEM). A nova sigla aposentou alguns líderes do Nordeste e adotou novas figuras como o deputado Federal, Rodrigo Maia (RJ), o ex-governador, José Roberto Arruda (DF), este cassado por envolvimento em corrupção e expulso da agremiação em 2009, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (SP), também denunciado e brevemente cassado pela Justiça paulista por arrecadação de recursos ilegais para campanha, e a senadora Kátia Abreu (TO).

Envolvido em desgaste eleitoral e denuncias de corrupção, o DEM não melhora sua imagem herdada do PFL e parte da agremiação abre dissidência para a fundação do PDS, sob coordenação de prefeito Gilberto Kassab. Em todos os Estados do Brasil o novo partido busca sem critérios filiados de qualquer natureza e aceita políticos comprovadamente ficha suja, acusados de corrupção, desvios de verbas públicas e compra de votos nas últimas eleições. Apelidado de Partido sem Decência, o PSD anuncia ser independente, mas em algumas regiões poderá fazer parte da base aliada dos governos instalados, numa total manifestação da falta de programa político.



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