Monsenhor Gil: Pega do Novilho se consolida como esporte rural

Monsenhor Gil: Pega do Novilho se consolida como esporte rural

Na caatinga, vaqueiros se dividem em grupos para a aventura da pega do novilho | Avilar Carvalho
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No sábado, dia 24/09, dezenas de vaqueiros de várias localidades de Monsenhor Gil participaram da 3ª Pega do Novilho, esporte rural idealizado pelo Engenheiro Civil, Raimundo Pessoa, um apaixonado pela vida campestre, que com tal iniciativa tenta resgatar os costumes e tradição dos vaqueiros monsenhorgilenses, este herói sertanejo que não sossega enquanto o sol não se põe.

Registro de pega de boi surgiu na antiga vila do vale jaquaribano na derradeira década do século XVIII e se consagra como o mais antigo do País. Morada Nova é velha morada do vaqueiro, tipo étnico de uma mistura do branco colonizador com o índio, habitante nativo. A figura lendária desse bravo do sertão surgiu nestas bandas com o início ciclo do gado, idos de 1600. Foi também nessa povoação, cujas origens remontam ao século XVIII, o primeiro registro de pega de gado. Mais tarde denominado nos dicionários como Vaquejada.

A Pega do Novilho em Monsenhor Gil não é propriamente uma vaquejada, mas sim um esporte rural que promove a integração entre os vaqueiros da região. De acordo com os organizadores, um boi bravio é selecionado entre as várias fazendas existentes no município. Ele é solto de chocalho no mato no dia anterior da ?pega?. Ao amanhecer do dia seguinte todos os vaqueiros se reúnem e vão à busca do barbatão. De mato adentro, os vaqueiros bem montados e protegidos por suas vestes de couro, corajosos e afoitos, correm atrás do animal. Com absoluta confiança no seu cavalo de campo, o vaqueiro sai em perseguição a rés, desviando-se das árvores, saltando macambira e xiquexique, batendo aqui e ali em galhos de juremas, amorosas e mofumbos atravessados na passagem, subindo ou descendo ladeiras, penetrando em caatingas de matos espinhosos, resvalando sobre pedras, até chegar o momento oportuno de encontrar um local mais aberto para derrubar o novilho, que em seguida é amarrado e transportado em uma carreta puxada por um trator até o centro da cidade, onde é mostrado para a população como um troféu da façanha dos vaqueiros.

Após toda a labuta, o animal é solto sem nenhuma marca de violência e é tangido novamente ao mato. Depois todos os vaqueiros e seus respectivos familiares, amigos e autoridades locais convidadas participam da festa de confraternização no Espaço Cultural Flor do Ingá, onde é oferecido churrasco regado a cerveja, farto almoço, forró pé de serra e homenagens aos vaqueiros mais velhos. Na ocasião a poetisa Maria da Cruz, narra as ?Estórias dos Vaqueiros de Monsenhor Gil?, declamada em forma de poesia de Cordel.



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