Catadores de lixo fazem apelo à prefeitura de Picos

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Trabalhadores afirmam que perderam fonte de renda com fim do lixão na Altamira

Os catadores de lixo da região de Picos estão vivendo um dilema. A desativação do lixão onde por anos o lixo da cidade foi depositado, no bairro Altamira, ameaça deixar aproximadamente 50 pessoas sem emprego.

A mudança que incomoda e preocupa os catadores é recente. Na tarde da última segunda-feira (6) os caminhões coletores de lixo começaram a levar os resíduos da cidade para o aterro sanitário construído no Val Paraíso, zona rural de Picos, às margens da BR-316.

Sem condições de ir até o aterro sanitário realizar o trabalho de coleta que faziam no lixão do bairro Altamira, o temor é que os catadores percam o que, para muitas famílias, é a única fonte de renda.

?Tiraram o lixo e nós ficamos todos desempregados?, diz José Pedro, um dos catadores prejudicados. A dona de casa e catadora Berenice de Sousa lamenta o fim do lixão e diz que sem um transporte é inviável para os catadores irem até o aterro sanitário, localizado a cerca de 30 quilômetros do lixão. ?Nós não temos condição de ir até o aterro trabalhar porque nós não temos transporte e a prefeitura não quer ajudar?, desabafa.

Para a catadora Érica Helen, o prejuízo é incalculável. ?Muito pai de família ficou sem emprego. Nós tiramos o sustento é do lixo; eu tenho um filho de oito meses e tiro o dinheiro pra dar o leite de lá?, pontua. Segundo ela, o número de pessoas que trabalhavam como catadores no lixão do Altamira chega a 50.

Lixo sendo colocado na vala-Foto: Romário Mendes

Lixão de Picos no Altamira ? Foto: Arquivo

Os catadores pedem que a prefeitura disponibilize um transporte que os leve da Altamira até o aterro sanitário no Val Paraíso. Eles já conseguiram a autorização do Ministério Público para trabalhar no local, mas afirmam não ter transporte nem condições de se deslocar até o local.

Insatisfação

Os moradores do Val Paraíso e Morrinhos também não estão contentes com a chegada do aterro sanitário. Uma manifestação foi realizada na manhã de terça-feira (7) e a entrada do local foi bloqueada com pneus queimados durante mais de duas horas. O temor é que o aterro se transforme em um novo lixão e acabe contaminando o meio ambiente, além da denúncia de que o aterro foi construído de forma diferente do que foi proposto e apresentando às famílias da região.

O promotor Marcelo Monteiro esteve presente na manifestação para tentar acalmar os ânimos. O secretário de Governo, Thiago Saunders, também observou de perto a manifestação e afirmou que a insatisfação por parte dos moradores já era esperada.

Enquanto a indefinição permanece, o lixo produzido em Picos continuará sendo levado até o aterro sanitário.



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