A saga do campeão: os 14 passos do Flamengo para o conquistar o título

Na noite desta quarta-feira, o Flamengo sagrou-se tricampeão da Copa do Brasil. Uma campanha digna de título. Vitórias sobre quatro dos cinco primeiros colocados do Campeonato Brasileiro. Cruzeiro, Botafogo, Goiás e Atlético-PR não foram páreos para o clube de maior torcida do Brasil. Comandando por Léo Moura, com os toques de classe de Elias, com as arrancadas de Paulinho e os gols de Hernane, o Rubro-Negro encontrou o caminho da conquista. INÍCIO DA CAMPANHA

O Flamengo estreou na Copa do Brasil contra o Remo, no estádio Mangueirão, no Pará. A sofrida vitória por 1 a 0, com gol do atacante Rafinha, mostrava um time ainda irregular com algumas peças diferentes em relação aos atuais titulares. O zagueiro Renato Santos e o meia Rodolfo, por exemplo, nem fazem mais parte do elenco profissional. Na partida de volta, uma goleada por 3 a 0, todos os gols marcados por Hernane. A equipe então comandada pelo técnico Jorginho se classificara para a segunda fase da competição.

Diante do Campinense, fora de casa, o Rubro-Negro venceu por 2 a 1 em noite de Renato Abreu. Dois gols de falta que garantiram o triunfo sobre o campeão da Copa do Nordeste. No segundo jogo, em Juiz de Fora, placar igual ao primeiro duelo. Gol contra de Roberto Dias e um marcado por Elias.

Terceira fase. Sob o comando de Mano Menezes, o Flamengo derrotou o ASA, em Alagoas, por 2 a 0. Marcelo Moreno, à época titular, fez um dos gols. Nixon deu números finais ao placar. Em Volta Redonda, o time da Gávea venceu novamente e completou 100% de aproveitamento nos seis jogos disputados. Elias e Marcelo Moreno balançaram as redes.

OITAVAS DE FINAL

No dia 6 de agosto, a CBF sorteou os confrontos das oitavas de final da Copa do Brasil. Os clubes que disputaram a Libertadores, mais o Vasco - melhor time brasileiro rankeado - entraram na competição. O Flamengo teria o Cruzeiro, líder do Campeonato Brasileiro, em seu caminho.

Em um Mineirão com quase 40 mil pessoas, o Rubro-Negro foi engolido pelo rival, que chegou a abrir 2 a 0 durante a partida. No entanto, após uma falha do zagueiro Dedé, Carlos Eduardo que acabara de entrar, marcou o que alguns torcedores chamam de "gol do título". No jogo de volta, a Nação Rubro-Negra justificou a fama de "ganhar jogo sozinha".

Quase 60 mil flamenguistas no Maracanã. O cenário estava digno de uma decisão. E o clima foi esse. O relógio marcava 43 minutos do segundo tempo e o placar era 0 a 0. Elias, dúvida até momentos antes da partida e capitão do time, parecia predestinado a decidir. E decidiu. Jogada de Rafinha e Paulinho. Bola no camisa 8. Gol! Maracanã em êxtase. Flamengo nas quartas de final da Copa do Brasil.

CLÁSSICO NAS QUARTAS

Após uma série de insucessos, Mano Menezes pediu demissão do cargo de treinador. O time da Gávea enfrentaria o Botafogo sob o comando do até então interino Jayme de Almeida. Dois jogos no Maracanã. Na ida, 1 a 1. Gols dos laterais André Santos, para o Fla, e Edílson, para o Bota. Na volta, um massacre. Em campo e nas arquibancadas. Ampla maioria na torcida, os rubro-negros pareciam ter se multiplicado também em campo. Três tentos do Brocador, que ainda sofreu o pênalti e deu a cobrança de presente para Léo Moura, aniversariante do dia. Placar final: 4 a 0 e o Rubro-negro já estava a quatro jogos de um título improvável no início da caminhada.

"DEITOU E ROLOU"

Depois de eliminar os favoritos Cruzeiro e Botafogo, o Flamengo tinha mais um dos primeiros colocados do Brasileirão pelo caminho: o Goiás. À véspera da primeira partida, Walter, o principal jogador do Esmeraldino, afirmou que iria "deitar e rolar" no adversário. O vídeo, publicado por um funcionário do clube, causou muito polêmica e, apesar da provocação, o Gordinho mais famoso do futebol brasileiro não entrou em campo por conta de uma lesão na coxa.

No Serra Dourada, gols de Paulinho e Chicão para os visitantes. Vitor marcou para os donos da casa. No Maracanã, mesmo placar. Apesar do susto com o gol de Eduardo Sasha nos primeiros minutos, o Rubro-Negro virou a partida e, com gols de Hernane e Elias, avançou à final da Copa do Brasil.

A FINAL EM PRETO E VERMELHO

Na primeira partida, na última quarta-feira, na Vila Capanema, os finalistas ficaram em igualdade no placar: 1 a 1. Em jogo bastante equilibrado e com poucos espaços no primeiro tempo, os chutes de longe fizeram a diferença. Marcelo inaugurou o marcador para o Atlético-PR, Amaral empatou pelo Flamengo. Na segunda etapa, muito equilíbrio. O Furacão teve mais posse de bola, mas deixou espaços que quase acarretaram em mais um gol dos visitantes. Todavia, as redes não foram mais balançadas.

No jogo da volta, o Rubro-negro tinha a vantagem do 0 a 0, mas não precisou contar com o regulamento para faturar o caneco. Após jogo muito nervoso e com poucas chances de gol, o Flamengo fez o Atlético-PR, célebre durante toda a temporada pelos contra-ataques, provar do próprio veneno. Aos 42 da segunda etapa, Elias completou cruzamento de Paulinho e abriu o placar. No minuto final, o Brocador Hernane fechou o caixão, garantindo-se ainda mais como artilheiro da Copa do Brasil.

ARTILHARIA DO FLAMENGO NA COPA DO BRASIL:

Hernane - 8 gols

Elias - 5 gols

Renato Abreu - 2 gols

Marcelo Moreno - 2 gols

Chicão - 1 gol

Carlos Eduardo - 1 gol

André Santos - 1 gol

Amaral - 1 gol

Rafinha - 1 gol

Paulinho - 1 gol

Nixon - 1 gol

Léo Moura - 1 gol