Discurso Proferido na Câmara Municipal pelo Vereador Lindomar Amâncio causa Polêmica

Discurso Proferido na Câmara Municipal pelo Vereador Lindomar Amâncio causa Polêmica

Vereador Lindomar Amâncio | Raimundo Barbosa
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Discurso proferido pelo vereador Lindomar Amâncio, sessão de posse da nova mesa diretora da Câmara Municipal de Valença em 01/1/11.

Confira:

Plenário Maria de Laçalete Lima Verde.

Valença do Piauí.

Inicio minhas palavras com uma pergunta que todos desejam saber a resposta: por que

acreditamos que apenas a mudança, dos números da data, mudaram, também as nossas vidas? Sim amigos, pois é com este espírito de renovação que cada ciclo de 365 dias (sendo mais exato) celebramos o Ano Novo, acreditando que cumprindo um certo ritual de despedida e inicialização, o novo ano certamente será melhor. É ?Ano novo, e aproveito a oportunidade para desejar a todos: muita paz, saúde, dinheiro, concretização dos sonhos e felicidade?. E este desejo, é muito sincero, puro e verdadeiro. ?Pois particularmente acho muito positivo e 0interessante à motivação que dá nas pessoas nessa hora de fé, a esperança no renovar?, muito embora saibamos que o Ano Novo é subjetivo, e tem um significado mais simbólico do que real. Mas, virar o Calendário e, dentro de nós, é a esperança de que vamos sempre viver bem e com saúde, de que surja aquele bom emprego, de viajar para conhecer a cidade dos sonhos, que haja sempre comida no prato, embora desejando também perder aquelas gorduras extras e ganhar aquele corpo esbelto e musculoso. Assim repito: que o tempo cofirme cada desejo, e entre estes a esperança da escolha do voto. E são tantas as razões para termos esperança. No nosso caso imagino várias. Antes devo lembrar que, não vamos aqui remoer o passado, bem como quando digo nosso é apenas me colocando como parte de um grupo e não como represente do que pensa cada um. Mas, sendo sincero temos poucas razões para boas lembranças ou mesmo saudade dos dois últimos anos de legislação nesta Casa. Portanto espero que o amor ilumine nossas vidas e o respeito mútuo sare as feridas, que o tempo refaça estragos provocados por ferinos pronunciamentos mais especificamente o do flagelante dia da despedida do ultimo Presidente deste Poder, cujas palavras deveriam ser marcantes pelo teor da mensagem; certo que não podemos lembrar o contrário, foram palavras realmente muito marcantes. Tão marcantes que penso, que Excelentíssimo ao traçar sua despedidas não lembrou do que falou o grande aniversariante deste tempo de confraternização e solidariedade: Jesus, e está escrito em Mateus 15:18 ?mas o que sai da boca procede do coração, e isso contamina o homem?.

Realmente o que sai da mente pela boca, é força viva e palpitante, envolvendo a criatura para o bem ou para o mal, conforme a natureza da emissão, pois são elementos psíquicos que exteriorizamos como potencias atuantes do nosso âmago sendo em nosso nome, fatores ativos que agem sob nossa responsabilidade de acordo com nossas intenções mais secretas; por isso é necessário vigiarmos a língua, pois o verbo cria, insinua, modifica, renova, renova e destrói por dilatação viva a nossa responsabilidade.

E para quem já esqueceu ou, não ouviu: aqui me refiro a uma atitude inconsequente do Vereador na sua despedida de Chefe deste Poder, ao comparar os Nobres Edis de Valença, com cachorro Vira Lata. E não se dando por satisfeito, divulgou sua visão ou, o seu pensamento para o mundo, através da internet.

Refletindo sobre a triste realidade meus senhores, não pude ater-me apenas a falta de cortesia. Certo que sabemos que o Vereador tem imunidade parlamentar por seus pronunciamentos nas Seções, e tal comparação no calor das discussões, até pode ser possível aceitação. Mas premeditar, escrever e proferir ofensas como um grande feito, já não caracteriza mais só a falta de cortesia, principalmente quando propositalmente esta transpõe as fronteiras do mundo. Para mim, isso é falta grave. É falta de sensibilidade no período natalino quando se prega paz e união, é falta de respeito pelos colegas de legislatura, e é falta de decoro parlamentar; mas, este último, só o colegiado pode decidir.

Enquanto aguardamos a decisão devo confortá-los com o resultado de uma busca; a investigação da vida animal, cujo reino somos parte, e encontrei que o cachorro vira lata, é qualquer um independente de pedigree, e mesmo o sem formosura, ou estratificação é de todos os animais o melhor amigo do homem. Se não vejamos: caça para ajudar no sustento da família. É honesto, come até as migalhas das latas de lixo, mas, não rouba o que está destinado ao dono. É de confiança máxima de quem lhe cria, mesmo os mais ferozes não ataca o dono sem justa causa sem justa causa e, na historia de vida de nobres viras lata muitos, já se sacrificaram na proteção de quem lhe garante abrigo. Assim colegas, embora o Ex- presidente tenha tido o desejo de ofender, acabou sendo justo. Ruim mesmo é se tivéssemos sido comparados ao rato. É, este, mesmo sem a nossa vontade, também partilha do nosso convívio. Ele mora na casa das pessoas, porem, chega sorrateiramente por cima, ou por brechas que acontecem. Na casa do povo, ele entra na calada da noite consome parte da nossa comida e sai deixando a sujeira, a sobra contaminada pela peste de muitos males, e o prejuízo para todos, pois, o rato, não tem ética, tudo que encontra leva, para si ou para o ninho que abriga a família. Daí ser comum, o uso da expressão popular ?ninho de rato? na referencia de latrocínio ou a bagunça gerada pela desorganização.

Nobres colegas Vereadores não me julguem também inconsequente. Sei que Jesus também mandou que oferecêssemos a face esquerda a quem bater na direita. Só que eu ainda não evolui e este ponto, então estou apenas a nos defender. Sou consciente de que em toda parte a palavra é o índice de nossa posição evolutiva. Que quem não vigia a língua pode facilmente converte-se em vaso de calúnia, pela leviandade ou pela preocupação com o sensacionalismo. Mas, a minha intenção é alertá-los lembrando que em todas as atividades do bem, o trabalhador sincero necessita preserva-se contra o veneno do servidor infiel. Pois este chama covardes aos cooperadores humildes, de bajuladores aos eficientes ou compreensivos semeiam a dúvida, desconfiança e o dissídio, quando percebem que o êxito vem do próximo. Não é fácil desvencilharmos dos laços que nos imantam aos círculos menos elevados da nossa vida, aos quais ainda pertencemos. Cega-nos o orgulho. O egoísmo encerra o nosso coração. A vaidade ergue-nos falso trono do favoritismo indébito, buscando afastar-nos da realidade. A ambição inferior precipita-nos em abismos de fantasias destruidoras. A revolta forma tempestades de ódio sobre as nossas cabeças. A ansiedade fere-nos o ser. O certo, é que o apagador das luzes do ano dez, no encerrar de mais uma legislatura , os fatos me trouxeram lembranças do escritor paraibano, Augusto dos Anjos. Ele era cético em relação às possibilidades do amor e fazia da obsessão com o próprio "eu" o centro do seu pensamento. Para ele as coisas despertavam nojo, e tudo era egoísmo e angustia demonstrado claramente em seu livro patético: "Ai! Um Urubu Pousou na Minha Sorte". A vida e suas facetas, sedimentou-lhe o amargo pessimismo. O medo da libido e a anorexia para o prazer, entregavam, em contradições com a realidade em que vivia, e por isso, o citado poeta tentava com suas palavras cecear o voo das almas libertadas e apagar a luz das pessoas que lhe cercavam. E foi exatamente inspirado nesta personalidade dúbia do poeta que escolhi uma das suas mais conhecidas poesias para encerrar as lembranças de tão inconsiderado período.

Versos Íntimos de Augusto dos Anjos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável

Enterro de tua última quimera.

Somente a Ingratidão - esta pantera -

Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!

O Homem, que, nesta terra miserável,

Mora, entre feras, sente inevitável

Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,

A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa ainda pena a tua chaga,

Apedreja essa mão vil que te afaga,

Escarra nessa boca que te beija!

Após este parêntese, agora sim devo dizer: a Vereadora Ielva, mesmo não tendo participado de sua eleição, mas pela professora que tive, pela colega que tenho, pela cidadã que sempre conheci, vaidosa, elegante, espirituosa; acompanhada de um Secretário a altura de uma Presidência de Câmara; somamos a novidade da nova missão legislativa, neste clima de pura mudança, passo a acreditar sim, numa presidente, que acende ao poder, na era marcada pela ascensão da primeira mulher a governar a Nação Brasileira.

Não só acredito, Excelentíssima Presidenta, como tenho plena convicção que dias bem melhores viveremos nesta Casa. E da minha parte, indiferente a tudo o que já se foi dito, estarei disponível para contribuir com sua gestão.

E para inicio, na demonstração da minha boa vontade, trago para a nova Presidenta alguns presentes que são: quatro jarros de plantas medicinais, Hortelã Vick, Hortelã Pimenta, Capim Santo e Capim Eucalipto; todos excelentes fontes de calmaria ante estressantes; sem falar que são fontes naturais, e assim, doravante e não teremos mais aqueles chás aguados e sem gosto feito com Erva Doce vencida. Trago uma réplica perfeita da caneta MONT BLANT, usadas pelos nobres para assinaturas de documentos importantes.

Mas junto em forma de esperança trago também alguns conselhos e pedidos: (livro)

E Que nesta Casa, a maquina de fotocopias volte a produzir,

Que a central telefônica volte a funcionar, e a internet tenha seu sinal recuperado;

Que os computadores do espaço cidadão sejam limpos e desinfetados;

Que os aparelhos celulares dos parlamentares sejam recolhidos ou reativados;

Que retornem as transmissões das sessões pelo rádio, pois, é através deste meio de comunicação que o cidadão comum pode saber e acompanhar os trabalhos desenvolvidos nesta Casa. E

Que a assessoria de Imprensa do Parlamento, seja imparcial e funcione em atendimento aos interesses da Câmara ligados a todos os Vereadores e não apenas da Mesa Diretora;

Que as finanças deste Poder sejam equilibradas, sendo as notas aquecidas pelo calor da verdade; e a nova Presidente entenda que conta bancaria da Câmara bem como o seu talão de cheques deste são patrimoniais, e de natureza jurídica, devendo portanto serem movimentados dentro do que preconiza a Lei;

Que as diárias sejam realmente empregues para os fins que anunciarem os recibos, e os serviços aqui contratados sejam por real necessidade e, nunca para aumentar faturamento de apaminguados;( protegidos pelo poder na expressão popular)

Que o Regimento Interno desta Assembleia, seja respeitado, e a nossa LOM (Lei Org. Mun.) posta em prática.

Que a Responsabilidade Fiscal seja lida, analisada e posta em prática;

Que as garrafas velhas da cantina sejam substituídas, e as vassouras que varrem nosso lixo nesta Casa, sejam compradas aqui em Valença e não em Aroazes, ou qualquer outra cidade;

Que os banheiros e demais dependências internas e externas desta Augusta Casa estejam sempre a sua altura, e permaneçam limpas,afim de que não mais, ser necessário o próximo substituto antes da posse reunir o mutirão de limpeza para recolhimento de entulhos acumulados no percurso de dois anos;

Que as poucas plantas que enfeitam nosso jardim, recebam mais cuidados, ou seja: adubos e, água com mais frequência;

Que o gabinete da presidência tão aconchegante e luxuoso, encontre motivos para ser mais frequentado pela Presidente e pelos demais colegas;

Que a ordem pública nas Sessões com o Plenário lotado, seja garantida com segurança e paz;

Que seja estabelecido aos funcionários desta Casa o prazer de aqui trabalhar;

Que as relações institucionais entre os demais poderes aconteçam de fato;

E que as magoas não sejam cultivadas a fim de que no fim de sua gestão as palavras dirigidas aos colegas sejam refletidas para não ferir o outro expondo traços ocultos de sua personalidade;

E finalmente reforço o meu pedido na esperança de que o ódio e a quebra de decoro, deixem de protagonizar nossas sessões, o nosso convívio venha a ser salutar, e os momentos de alegria sejam dignamente celebrados, em que as relações com os colegas se sobreponham as querelas políticas.

Se precisar conte comigo. Peço a Deus que também ouve nossas palavras, que nos ilumine para termos um 2011, melhor que todos os anos que já passamos.

Estes são os meus votos a todos.

Boa Tarde, tenho dito.

?Que Deus Nos Ilumine



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