Beat Fest espalha a potência do trap e do rap com Matuê e Veigh

A festa, que nasceu com a promessa de mostrar o poder dos artistas locais e oferecer o que há de melhor no mundo do trap e do rap, não apenas cumpriu sua promessa, mas a superou.

Matuê no palco do Theresina Hall | Kalor Produçoes
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Ingressos esgotados, um público apaixonado aglomerado junto às grades, camisetas com rostos de artistas, cartazes e declarações de amor tatuadas pintavam formaram o enredo do Beat Fest, que aconteceu na noite de quarta-feira (6) e madrugada de hoje (7) no Theresina Hall, zona Leste da capital.

A festa, que nasceu com a promessa de mostrar o poder dos artistas locais e oferecer o que há de melhor no mundo do trap e do rap, não apenas cumpriu sua promessa, mas a superou. O line-up foi estrelado pelos maiores nomes do Brasil, e deixou uma impressão de que ele respira o talento e arte de jovens alucinados pela música de batidas que não passam despercebidas. Original Flip, DJ PTK, Latino Gang, Veigh, DJ Zero e Matuê formaram o time do Beat Fest deste ano.

A coroação desse espetáculo ficou a cargo do jovem cearense Matheus Brasileiro Aguiar, o Matuê. Com linguagem jovem e cheio de referências à cultura popular, Matuê lidera a nova onda do rap no Brasil, popularizando o estilo trap como poucos antes dele. Sua apresentação deixou claro que ele é o maior gênio do trap no país e vai ocupar o mesmo status no mundo.

Matuê deu início à sua apresentação com "É Sal", canção que oferece a imagem sombria e complexa da vida urbana, com elementos de crime, desigualdade, solidão e, ao mesmo tempo, a ideia de comunidade. A plateia se entregou ainda mais quando ele apresentou "Conexões de Máfia", uma colaboração arrebatadora com o rapper norte-americano Rich the Kid. A letra, que faz alusões à riqueza, poder e a necessidade de cautela em um mundo perigoso, foi acompanhada de um coro que fez tudo vibrar ao redor.

Matuê no palco do Theresina Hall (Foto: Kalor Produções)

Em um momento de muita emoção, Matuê falou da sua história com Teresina. Em 2017, no Clube de Diários, no coração da cidade, ele apresentou pela primeira vez a música "Anos Luz". Naquela ocasião, muitos teresinenses ainda não conheciam bem Matuê, mas demonstraram apoio e confiaram no potencial do artista. 

“É uma noite muito especial para mim porque, desde o momento em que pisei aqui e cantei para essa rapaziada pela primeira vez, tudo foi dando certo. Estar aqui com vocês é indescritível, e não tenho palavras, só gratidão. Que Deus abençoe cada um de vocês”, Matuê disse antes de entoar "Anos Luz".

Hoje, Matuê é uma das maiores estrelas não apenas do trap, mas de toda a música brasileira. Ele conquistou o título de primeiro rapper do país a acumular mais de 100 milhões de reproduções em 20 músicas no Spotify. Seu álbum "Máquina do Tempo" alcançou a marca impressionante de 4,6 milhões de reproduções, superando até mesmo "Kisses", de Anitta.

Matuê faz espetáculo no Beat Fest (Foto: Kalor Produções)

A música do artista traz a fusão de batidas atmosféricas de trap, o lado mais pop do rap, o uso do Auto-Tune, refrões envolventes e letras hedonistas. Nascido em Fortaleza, a vida de Matuê foi marcada por uma busca por uma vida melhor nos Estados Unidos, na época dos eventos de 11 de Setembro. Morando na Califórnia, ele se aproximou da cena do rap americano, influenciado por artistas como Dr. Dre, Snoop Dogg e Eminem. Foi nesse período que o apelido "Matuê" surgiu, devido à sua afinidade com a maconha.

O show de Matuê no Beat Fest foi uma montanha-russa de emoções no Theresina Hall, com direito a momentos de euforia e reflexão. "Máquina do Tempo" e "Kenny G", onde o artista expressou seu desagrado pela marca de uísque Hennessy, comum no universo do trap, deu o fôlego de quem não parava de correr e pular precisava. Os fãs, emocionados, chegaram a levar cartazes, vestir camisetas personalizadas com a imagem do ídolo e, claro, muitas tentativas de chegar perto do artista.

“Um gênio musical com uma bagagem artística impressionante, tudo isso com apenas 29 anos de idade e um tempo curto de carreira. Eu sou muito fã desse cara, louco, ele é tudo para mim”, afirmou Vinicius Amorim, estudante de história que viajou de Ubajara, no Ceará, para apreciar o músico.

O Beat Fest contou ainda com a participação de outros talentos musicais que também fazem ferver o cenário musical do trap e do rap. A Banda Original Flip foi a responsável por abrir o espetáculo com uma fusão de sons que passeiam pelo rap, reggae, rock e samba. Sua empatia com o público foi dada a prova durante a performance do grupo musical. 

DJ PTK também agitou quem estava ansioso para curtir a música do Latino Gang. Os piratas Ellness e Diih entregaram toda a sintonia em cima do palco e fizeram uma mistura de afrobeat e reggaeton. Originários de Teresina, eles têm raízes no Parque Sul, na zona sul da cidade. Eles compartilharam como se conheceram e formaram o grupo.

“A gente se conheceu aqui, a gente tinha um grupo de rap, fui fazer um vídeo, chamei ele para participar de um show e a gente teve uma conexão. Anos depois eu convidei ele para participar de um show e formamos nosso grupo. A gente resolveu adotar essa estética de estilo musical porque os dois já tinham vontade de colocar isso para frente, mas faltava coragem e depois que criamos atitude, a gente viu que realmente a galera tá abraçando e dando para gente um pouco mais de coragem de montar a Latino Gang e depois disso a gente vai ter mais coisa ainda e vamos chegar longe porque a gente tá trabalhando muito para isso”, falou Diih.

Veigh, com uma verdadeira performance teatral coreografada, trouxe uma abordagem pouco convencional para o hip-hop brasileiro que conquistou um fiel séquito de fãs. Nascido em Itapevi, na Zona Oeste de São Paulo, Veigh iniciou sua carreira no extinto duo Constelação.

Como artista solo, ele explodiu com o álbum "Dos Prédios", lançado em 2022, e sua continuação, "Dos Prédios Deluxe", que conquistou as plataformas digitais como uma das maiores estreias do Spotify Brasil, acumulando 6,5 milhões de reproduções nas primeiras 24 horas. Seu trabalho o consagrou como um dos principais expoentes do trap, uma vertente mais melódica do rap.

A noite também contou com a energia de DJ Zero, que apresentou uma série de hits do funk e do hip-hop, preparando o público para a apresentação inebriante de Matuê.

O Beat Fest no Theresina Hall foi mais do que um evento musical, ele reafirmou que o trap está mais vivo do que nunca e que agora faz parte da paisagem musical do Piauí. “A parceria com Dope foi um sucesso e a gente está feliz com a alegria do público e com a grandiosidade desse evento que fez a casa lotar. Esperamos fornecer ainda mais espetáculos como o Beat Fest”, falou Wrias Moura, diretor da Kalor Produções.



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