Grupo de estudantes desenvolve projeto acessível para tratar água salgada

Na Great International School, localizada na zona Leste de Teresina, um grupo de jovens está moldando o futuro por meio de um projeto que pode contribuir para uma melhor distribuição de água

Maria Valentina Miranda, Júlia Guimarães, Valentina Buchert e Gustavo Burlamaqui | Jéssica Dayane
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Numa distribuição dos recursos hídricos do planeta, estima-se que cerca de 97,5% da água existente seja de natureza salgada, ou seja, inadequada para consumo direto ou uso agrícola. Dos poucos 2,5% de água doce restante, a maior parte, equivalente a 69%, encontra-se em locais de difícil acesso, como as geleiras.

Na Great International School, localizada na zona Leste de Teresina, um grupo de jovens está moldando o futuro por meio de um projeto que pode contribuir para uma melhor distribuição de água potável para a população que sofre com a escassez. 

EStudante Maria Valentina mostra protótipo de projeto que transforma água salgada em doce (Foto: Jéssica Dayane)

Júlia Guimarães, Valentina Buchert, Gustavo Burlamaqui Gonçalves Melo e Maria Valentina Miranda, todos com idades entre 12 e 14 anos, uniram seus talentos para criar um trabalho que envolve dois processos: dessalinização e filtração manual de água salgada.

No primeiro processo, os estudantes utilizam uma cuscuzeira para transformar água salgada em água doce, com o intuito de deixá-la segura para o consumo humano ou agrícola. Eles observaram com surpresa o sal da água cristalizar no fundo da panela, enquanto a água doce permanecia na parte superior. 

Maria Valentina Miranda, Júlia Guimarães, Valentina Buchert e Gustavo Burlamaqui (Foto: Jéssica Dayane)

Esse método, como constatou o grupo, além de ser eficaz, é econômico. "Nosso principal objetivo dentro do nosso trabalho é tornar a água salgada acessível para consumo. Planejávamos usar água do mar, mas acabamos improvisando com água salgada, e o resultado nos deixou muito satisfeitos," relatou a estudante Júlia Guimarães.

Estudante Júlia Guimarães (Foto: Jéssica Dayane)

Na segunda parte do projeto, o grupo utiliza um galão de 20 litros preenchido com areia fina para filtrar a água. Eles fazem furos no fundo do recipiente para que a água tratada seja liberada, dando uma solução prática para transformar água imprópria em um recurso utilizável no dia a dia.

Gustavo Burlamaqui Gonçalves Melo afirma que os materiais utilizados foram selecionados a partir de uma perspectiva de baixo investimento financeiro. "Nós escolhemos materiais reutilizáveis para manter os custos baixos. Acreditamos que R$30 é um investimento baixo para um projeto desse tipo. Quando comparado a outros projetos que demandaram despesas maiores, chegando a R$ 300, a gente ficou muito feliz por ter dado uma opção bem mais barata”, falou o aluno.

Grupo de estudantes desenvolve projeto acessível para tratar água salgada (Foto: Jéssica Dayane)

A inspiração para esse projeto veio do pai de Valentina Buchert, Lutz Buchert, CEO da empresa alemã Pflanzenkläranlagen, que atua em processos de despoluição da água. "Quando surgiu a oportunidade de participar de uma feira de ciências, a gente decidiu alinhar o projeto com os tópicos da Agenda Global da ONU, no 14º objetivo: Conservação e Uso Sustentável dos Oceanos, dos Mares e dos Recursos Marinhos para o Desenvolvimento Sustentável," relatou Gustavo. 

Maria Valentina acredita que utilizando materiais reutilizáveis, eles conseguiram manter os custos baixos, oferecendo uma alternativa para comunidades mais necessitadas. "Nosso objetivo principal é tornar a água acessível para todos. A água do mar é abundante, mas em grande parte imprópria para o consumo. Queremos normalizá-la de maneira acessível e sustentável”, elencou Maria.

Além de seu compromisso com o acesso à água potável, os jovens estão preocupados com o impacto ambiental desse projeto em Teresina, a cidade em que eles vivem, e com a preservação dos seus dois rios. "Pensamos na questão da poluição da água, especialmente nos rios que abastecem Teresina. Ao tratar a água, estamos contribuindo para um ambiente mais limpo, beneficiando não só os seres humanos, mas também a vida dos animais," disse Júlia Guimarães.



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