Mais de 500 pessoas aguardam na fila por um transplante de rim no Piauí

A Sesapi comunicou que, em 2023, realizou a captação de 27 rins para o processo de doação, número inferior a 2022, quando captou 29.

PI: 506 pessoas aguardam na fila por um transplante de rim | Divulgação/HCFMB
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Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado do Piauí (Sesapi), 506 pessoas aguardam um transplante de rim no Piauí. A pasta da saúde comunicou que, em 2023, realizou a captação de 27 rins para o processo de doação, número inferior a 2022, quando captou 29.

A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Lourdes Veras, comentou que apesar do número de pessoas na fila, em 2023, foram realizadas apenas 45 cirurgias de transplante. Ela também divulgou a situação da doação de córneas, que sofre com desaceleramento desde o início da pandemia da Covid-19, em 2019.

"Em 2023, nós realizamos a captação de 27 rins e 159 córneas para o processo de doação, número superior a 2022, quando captamos 29 rins e 81 córneas. Também realizamos 201 transplantes de córneas e 45 transplantes de rins. Todavia, precisamos que esses números cresçam ainda mais, para que essas pessoas que hoje estão na fila de espera possam receber a doação e isso só é possível com a aceitação dos familiares que perderam entes e autorizem realizar a doação de órgão”, falou.

No cenário geral, conforme dados do Registro Brasileiro de Transplantes, o número de transplantes no Brasil entre janeiro e setembro do ano passado teve crescimento de 12% em comparação com o mesmo período de 2022. O nível é o maior em quatro anos; no entanto, ainda não alcançou o patamar registrado em 2019, antes do início da pandemia de coronavírus. Foram 6.559 transplantes nos nove primeiros meses de 2023, contra 5.855 em 2022. Já em 2019, o país teve 6.722 órgãos transplantados no período, incluindo coração, fígado, intestino, pâncreas, pulmão, rim e multivisceral.

A piauiense Noemi Silva, de 29 anos, ganhou uma segunda chance em 5 de julho de 2023, quando passou pelo transplante de rim no Hospital Getúlio Vargas (HGV), na capital piauiense. Ela havia sido diagnosticada com síndrome de Hellp em sua primeira gestação em 2017, ocasionando a perda do bebê e comprometendo 70% do funcionamento dos rins.

“Quando fui ao médico que me acompanhava na gestação, ele percebeu uma alteração nos batimentos do bebê e pediu mais alguns exames, onde foi comprovado que meu filho já não estava vivo e também que minha função renal estava comprometida. Foi um momento muito delicado, e ainda precisei passar 30 dias realizando hemodiálise. Meus rins estavam melhorando, mas, em 2021, precisei voltar com as sessões e entrei para a fila de pacientes que precisavam de transplantes”, detalha.

Seis meses após o tão desejado transplante renal, hoje ela pensa em novos planos para o futuro. “Só tenho a agradecer a essas pessoas que me possibilitaram essa nova oportunidade de viver, poder sonhar novamente, pois eu já não acreditava em mais nada, e hoje estou aqui podendo realizar as coisas, por causa de um sim à doação de órgãos. Isso é muito gratificante”, falou.

Como ser um doador

No Brasil, a doação de órgãos e tecidos depende da autorização da família. Mesmo que alguém tenha expressado o desejo de ser doador em vida, a doação só ocorre com a autorização da família. Portanto, se a família não autorizar a doação, os órgãos não serão retirados, resultando na perda da oportunidade de realizar transplantes que poderiam melhorar ou salvar vidas, retirando pessoas das listas de espera. 

Os órgãos doados são destinados a pacientes em espera por transplantes, listados de forma única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). 

Quando há o diagnóstico de morte encefálica, a família é consultada e orientada sobre o processo de doação de órgãos e tecidos. Mesmo em momentos difíceis de perda, essa decisão pode transformar o sofrimento em esperança ao proporcionar uma nova chance de vida para aqueles que aguardam na lista de espera por um transplante.

A Central Estadual de Transplantes do Piauí criou um grupo de trabalho envolvendo todos os hospitais da rede estadual de saúde e da Fundação Municipal de Saúde de Teresina para acelerar o processo de captação de possíveis doadores de córneas.

“Estamos buscando uma maior integração com os hospitais da capital para que as doações possam acontecer e de forma mais célere. Para 2024, vamos expandir nossa rede de captação para os hospitais do interior do estado, como já ocorre no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, em Parnaíba. Pretendemos fazer a retirada de córneas em Piripiri e Campo Maior, ainda no primeiro semestre”, disse o superintendente de Média e Alta Complexidade da Sesapi, Dirceu Campêlo.



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