A Justiça determinou uma indenização de R$150 mil a ser paga pelo estado do Piauí a um jovem que teve o braço direito amputado há dez anos devido negligência médica no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba, litoral do Piauí.
O que aconteceu:
Em dezembro de 2013, José Dheymerson Souza de Carvalho, com 13 anos, deu entrada no HEDA com uma fratura exposta no cotovelo após um acidente com um cavalo em Chaval (CE). Ao ser internado, ele passou por uma cirurgia corretiva no braço direito. O membro foi suturado e imobilizado em gesso, e recebeu alta médica com medicação domiciliar.
No dia 21 de dezembro, a mãe de José Dheymerson retornou ao hospital devido às fortes dores e ao braço escurecido, com bolhas e unhas pretas do filho.
Segundo o juiz Caio Emanuel Severiano Santos e Sousa, a criança foi readmitida e, em 22 de dezembro, teve o braço amputado devido à necrose. Após quatro dias de observação, recebeu alta novamente.
A família registrou um boletim de ocorrência no 2º Distrito Policial suspeitando de erro médico. Com base nos exames, moveram uma ação na 4ª Vara Cível de Parnaíba em busca de compensação por danos morais, materiais e estéticos.
Uma perícia médica realizada em julho de 2015 concluiu que a amputação ocorreu por negligência médica, evitável com uma alta hospitalar mais tardia na primeira internação.
O médico legista responsável afirmou que a equipe do HEDA não evitou a complicação que resultou na amputação, colocando a vida do paciente em risco.
À época, a direção do hospital afirmou que a amputação ocorreu devido a uma infecção avançada, com autorização da família para prevenir complicações.
Pela negligência, o estado do Piauí deverá indenizar o paciente em R$ 150 mil, com correção monetária desde a data da amputação, além de uma pensão mensal vitalícia equivalente a 1/4 do salário mínimo (atualmente R$ 1.412) pelos danos materiais causados a José Dheymerson. O estado do Piauí comunicou que vai recorrer.
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