13 mulheres são assassinadas por dia no Brasil, diz pesquisa

Jornal publica uma série de reportagens sobre violência

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Esta é a história de Louise, Jane, Ericamar, Maria Lúcia e Ednalva. Também de Dayli, Neide, Alexsandra, Juliana, Ana Graziella, Maria Lina, Suênia. Esta é a história que se repete, a cada hora, com cinco mulheres no mundo. Esta é a provável história de 500 mil mulheres que, até 2030, terão sido assassinadas por homens, a maioria deles maridos, namorados, amantes, ex-companheiros. Todos os nomes que você lê na primeira frase da reportagem batizaram moradoras do Distrito Federal; hoje, estão gravados em lápides. Existem muitos outros. O atestado de óbito não só descreve a causa mortis; ajuda a confirmar certezas: o mundo é um ambiente inseguro para as mulheres e a violência contra elas é uma chaga que só cresce. Há muito a ser feito.

Nos próximos dias, o Correio Braziliense publica uma série de reportagens sobre violência contra a mulher. Intitulada “Quando não mata, fere”, pretende mostrar a triste sina de quem se deparou com um homem que veste, com perfeição, o molde desenhado por uma sociedade machista. Não lhe resta dúvida: a mulher é um objeto ao seu dispor. E, assim sendo, ele acha que pode xingá-la de puta, vadia, prostituta, vagabunda. Que tem um salvo-conduto, concedido a todo macho quando nasce, para ameaçar, perseguir, prender, amordaçar, queimar, torturar. Se tiver acolhimento — leia-se família, amigos, vizinhos, policiais, promotores, juízes, psicólogos e assistentes sociais, uma estrutura que nem de longe está disponível a todas —, é possível que a mulher sobreviva. Às vezes, nem assim.

Pelos registros do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS) — a fonte primária para análise dos homicídios no país, usada nos Mapas da Violência —, entre 1980 e 2013, 106.093 mulheres foram assassinadas. No ano de 1980, o número alcança 1.353. Em 2013, um salto de 252%; os casos chegaram a 4.762. Desses, em 50,3% das situações, foram pessoas da família que as mataram. De uma taxa de 2,3 vítimas por 100 mil em 1980, passamos para 4,8 por 100 mil em 2013 — um aumento de 111,1%. Ou seja, 13 mulheres brasileiras foram mortas por dia em 2013, último ano do estudo.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES