Advogado de Bruno pede para ser anulado júri popular

Para sustentar suas alegações, o criminalista cita dois vídeos que foram feitos por policiais e vazados para uma emissora de televisão.

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O advogado Angelo Carbone, que passou a integrar a defesa do goleiro Bruno na semana passada, entrou com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, nesta segunda-feira, para que seja anulada a decisão da juíza Marixa Fabiane Lopes, que mandou a júri popular o atleta e outros três réus pela morte de Eliza Samudio. Carbone solicita ainda que os desembargadores do TJ conceda a Bruno o direito de aguardar o julgamento em liberdade.

O advogado alega que a magistrada demonstrou na sentença de pronúncia, divulgada na última sexta-feira, que tem uma ideia pré-concebida da culpa dos réus: "Os fatos são muito sérios e passamos agora a sinalizar, sem mais delongas, situações impeditivas que não permitem a manutenção da decisão aqui postulada. A mais séria é aquela que a meretíssima juíza declara que está convicta com o crime, endossando as informações do delegado de Polícia que instruiu a peça informativa."

No documento de 12 páginas, Carbone pede ainda que a juíza seja afastada do caso porque teria se omitido quando supostas irregularidades teriam sido cometidas pela polícia. "Percebe-se que a juíza permitiu que ilegalidades fossem admitidas na fase de inquérito e deu guarida a esses "abortos" na fase processual, ou seja, ao invés de mandar apurar administrativamente os autores desses abusos e ilegalidades e declarar nulos os atos e afastar alguns e/ou repetir outros, preferiu mantê-los até dando nomes diferentes, tudo em prol dos seus autores, e em detrimento dos réus, principalmente do paciente", escreveu.

Para sustentar suas alegações, o criminalista cita dois vídeos que foram feitos por policiais e vazados para uma emissora de televisão. Na primeira gravação, feita quando Bruno era transferido do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, "uma escuta clandestina, sem autorização judicial, obtida por meio ilícito, onde um dos delegados passou para a imprensa material gravado (editado) forjado, com o fito de prejudicar os presos."

"Depois foi a vez da "reconstituição do crime" quando Sérgio Rosa Sales foi levado para um local, sem a presença de seus advogados, e obrigado a fazer o que os policiais queriam em gravação que foi cedida a mesma emissora. A nobre Juíza, ao invés de anular ou determinar sua repetição, preferiu em nome da pressa, mudar o nome e designar como "busca e apreensão" e manter o absurdo, que certamente vai ser usado como peça basilar da Promotoria junto aos jurados para massacrar os já massacrados co-réus", afirmou.

Por fim, para tentar convencer os desembargadores de que o processo deve ser anulado ou mesmo refeito, Angelo Carbone afirmou que a própria juíza Marixa Fabiane Lopes se convenceu que o goleiro Bruno ficou "desprotegido" durante a fase processual, principalmente durante as audiências, porque o antigo advogado, Ércio Quaresma, estava fora de si devido ao uso de drogas e álcool.

"Em um programa de televisão, o advogado Ércio Quaresma confessou sofrer de transtorno bipolar e transtorno de déficit de atenção, hiperatividade impulsividade, inclusive fazendo uso de medicação controlada. Os fármacos legais e ilegais usados de forma cruzada, conforme relatou o entrevistado, podem alterar e comprometer o psiquismo humano, o que reforça a possibilidade do comprometimento psicológico e até mesmo físico, prejudicando a desenvoltura do advogado e obviamente a defesa do réu. Em tempo, Quaresma confessou também o uso abusivo de álcool", alegou.



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