Após depoimento de mãe de Isabella, termina 1º dia do júri

Em seu depoimento, Ana Carolina chorou pelo menos quatro vezes ao falar da morte da filha

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O primeiro dia do julgamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, réus no processo sobre a morte da menina Isabella Nardoni em 2008, terminou às 21h50 desta segunda-feira, após o depoimento de cerca de 2h20 da mãe da garota, Ana Carolina Oliveira. O júri no Fórum de Santana, na zona norte da capital paulista, começou com mais de uma hora de atraso.

Em seu depoimento, Ana Carolina chorou pelo menos quatro vezes ao falar da morte da filha durante seu depoimento no júri do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jabotá. Emocionada com o relato, uma das juradas limpou os olhos. A madrasta da garota, sentada no banco dos réus, também chorou.

Com a voz embargada, a mãe de Isabella contou detalhes de quando recebeu a notícia da morte da menina e de quando a viu caída no jardim do edifício. Na oitiva, ela disse que, ao chegar no edifício London, Alexandre gritava que tinha um ladrão no prédio, enquanto Jatobá estava muito nervosa.

A bancária ainda afirmou que discutiu com a mulher de Alexandre, pediu para Jatobá "calar a boca" e em seguida ouviu a resposta: "cale você. Toda esta situação está acontecendo por causa da sua filha". A madrasta da menina chorou no início do depoimento, quando Ana Carolina deu detalhes sobre o dia do crime.

Vestindo uma camiseta branca com gola vermelha, calça jeans, tênis e um óculos de grau, Alexandre Nardoni ouviu o depoimento da ex-namorada Ana Carolina Oliveira aparentando inquietação e nervosismo. A todo momento, ele tirava os óculos do rosto para esfregar os olhos, mexia na boca e falou por sete vezes com seu advogado Marcelo Raffaini. "Ele corrigia enganos no depoimento da Ana Oliveira", disse Rafaini.

Ainda durante o depoimento da mãe de Isabella, o réu bebeu água e balançou a cabeça negativamente no momento em que Ana Carolina falou sobre uma suposta ausência dele em uma festa na escolinha da menina. Para evitar a confusão entre os nomes, Ana oliveira referia-se à mulher de Nardoni como "Jatobá". Durante as perguntas da assistente de acusação, Cristina Cristo Leite, ela disse que nardoni não poderia "nem sonhar" em escrever Ana com um "n" só, pois isso seria sinal de que não a esquecera.

Episódios de violência

Em seu depoimento no júri, Ana Carolina voltou a afirmar ter sido ameaçada de morte por Alexandre em 2003, durante uma discussão sobre a ida de Isabella à escola. Ela disse que ex-namorado prometeu matar também a avó da garota, Rosa Cunha de Oliveira, favorável à decisão de mandar a menina para a escola. Alexandre negou o fato balançando a cabeça.

Segundo a bancária, Nardoni teria ido à casa da sogra para tirar satisfação. Naquele momento, Ana teria ligado para Antônio Nardoni, pai de Alexandre, para dizer que o filho estava fazendo ameaças às duas. O avô de Isabella teria ido até o local para buscar o filho, que retornou ao local armado mais tarde. O episósio foi registrado em um boletim de ocorrência em 2003.

Ana começou a ser ouvida às 19h30 desta segunda-feira. Ela é a primeira testemunha a prestar depoimento desde o início do júri, no Fórum de Santana, na zona norte da capital paulista. O casal Nardoni acompanha a oitiva de Ana de dentro do Plenário, no local destinado para os réus.

O julgamento do casal Nardoni, acusado de matar Isabella em março de 2008, começou às 14h17 desta segunda-feira com o sorteio dos jurados no Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo. O início estava previsto para as 13h. Dezenas de pessoas, entre jornalistas, estudantes, curiosos e manifestantes pedindo justiça, acompanham o caso que comoveu a opinião pública nacional do lado de fora do tribunal.

O caso

O julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá começou em 22 de março e deve durar cinco dias. O júri popular ouve 16 testemunhas , sendo 11 arroladas pela defesa, três compartilhadas entre advogados do casal e acusação e duas do Ministério Público. Seis foram dispensadas pela defesa ainda no primeiro dia e uma, pela acusação.

Isabella tinha 5 anos quando foi encontrada ferida no jardim do prédio onde moravam o pai e a madrasta, na zona norte de São Paulo, em 29 de março de 2008. Segundo a polícia, ela foi agredida, asfixiada, jogada do sexto andar do edifício e morreu após socorro médico. O pai e a madrasta foram os únicos indiciados, mas sempre negaram as acusações e alegam que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que invadiu o apartamento.



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