Após enviar cartas, Bruno fica sem receber visitas, banho de sol e trabalho por 20 dias

O prazo começa a contar da data de hoje, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).

Goleiro Bruno | Divulgação
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O goleiro Bruno Fernandes vai ficar 20 dias sem banho de sol e sem receber visitas, além de não poder trabalhar na Penitenciária Nelson Hungria, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A punição final e o prazo foram definidos em reunião nesta segunda-feira (16) após a Comissão Disciplinar do Complexo Prisional ouvir o jogador. O prazo começa a contar da data de hoje, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).

De acordo com a secretaria, a punição tem base no Regimento Disciplinar Prisional, artigo 27, Inciso 23, que trata do desrespeito às leis e normas vigentes. Normas internas determinam que toda correspondência recebida ou enviada pelos detentos deve passar por um setor de monitoramento para registro e conferência de teor.

A secretaria entendeu que Bruno cometeu erro disciplinar ao ignorar as regras de segurança e enviar, fora dos trâmites legais, uma carta ao público externo à unidade, por meio do advogado Rui Pimenta. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) será notificada sobre a saída da carta do presídio, o que ocorreu por meio da defesa do advogado.

O defensor Rui Pimenta confirmou nestas exta-feira (13) que recebeu a mensagem de seu cliente e a entregou a um apresentador de programa de televisão nesta quinta-feira (12).

Outra carta assinada pelo jogador foi divulgado pela imprensa no dia 7 de julho. A punição também está relacionado com este fato, segundo a Seds.

Carta para Macarrão

A última edição da revista ?Veja? publicou outra carta de autoria do goleiro, segundo a defesa de Bruno. O texto, que era endereçado a Luiz Henrique Romão, o Macarrão, citava um "plano B". Os advogados Rui Pimenta e Francisco Simim visitaram o jogador nesta segunda-feira (9) na Penitenciária Nelson Hungria, quando o jogador confirmou ter escrito a mensagem e explicou seu teor.

"O que o Bruno quis ressaltar é que assumir o "plano B" era uma obrigação do Macarrão, porque o Macarrão havia traído Bruno quando sumiu com a Eliza", justificou Pimenta. Segundo o advogado, Eliza foi morta sem o consentimento do jogador. Pimenta alega que a carta foi redigida em novembro do ano passado e veio a público com o final apagado, dando margem a distorções. Ele afirmou ao G1 que, no trecho final Bruno disse ter escrito: "Macarrão, você tem realmente que assumir este crime porque eu não posso pagar por sua traição. Eu não mandei você sumir com a Eliza", relatou.

A Secretaria de Estado de Defesa Social informou que a carta escrita pelo goleiro não consta nos registros de correspondências enviadas e recebidas por detentos da Penitenciária Nelson Hungria. De acordo com a Seds, o atleta disse, em depoimento na unidade prisional nesta segunda, que pediu para outro preso entregar a mensagem ao amigo. A Seds informou ainda que a penitenciária dará continuidade ao procedimento de apuração para checar como a carta saiu da unidade prisional. As informações levantadas serão remetidas à Justiça.

Caso Eliza Samudio

O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado. Em fevereiro de 2010, a jovem deu à luz um menino e alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe de Eliza, em Mato Grosso do Sul.

O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão ? conhecido como Macarrão ?, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Dayanne, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES