Rio: Assassinatos de seis jovens em chacina podem ter sido cometidos por 20 traficantes

Número de vítimas pode ser maior.

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Dois suspeitos de tráfico são presos. Participação em crime será investigada | Fábio Gonçalves / Agência O Dia
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O clima era de medo no bairro Cabral, em Nilópolis, nesta segunda-feira, local onde os seis amigos assassinados na mata no bairro Jacutinga, às margens da Rodovia Presidente Dutra, em Mesquita, na Baixada Fluminense, moravam.

A polícia investiga se as mortes teriam sido cometidas por ao menos 20 traficantes. PMs do 20º BPM (Mesquita) fizeram rondas pelas ruas. Duas escolas suspenderam as aulas à tarde, e viaturas da polícia fizeram plantão em frente aos colégios estaduais Bartlet James e Marechal Zenóbio da Costa.

Segundo moradores, alunos receberam mensagens pelo celular de que bandidos iam invadir as escolas.?Saímos assustados da escola. Mas não aconteceu nada. Parece que foi boato?, disse o estudante J.P., de 14 anos, da Bartlet James.

Na Marechal Zenóbio da Costa, professores preferiram deixar os estudantes na escola, no turno da tarde, por questões de segurança. Porém, os pais foram buscá-los, e as aulas acabaram suspensas.

?Achamos que era mais seguro deixá-los aqui. A polícia está patrulhando, mas os pais os buscaram?, disse uma professora que não quis se identificar.

?Precisamos de policiamento urgente. O bairro está tomado por medo?, disse um morador que não quis se identificar. Em estado de choque, uma tia e o pai de Glauber pouco falavam durante esta segunda-feira, no IML do Rio, para onde os corpos foram levados. ?Neste momento não sei o que dizer e ou o que fazer?, disse a tia.

Mortes brutais

Desaparecidos desde sábado, quando saíram de um festival de pipas para se refrescar na cachoeira do Parque de Gericinó, os rapazes ? entre 16 e 19 anos ? foram localizados nesta segunda-feira por funcionários de uma obra.

Condenadas a sessão de tortura, as vítimas foram amarradas, baleadas na cabeça e, logo depois, abandonadas sem roupa. O mesmo grupo de bandidos pode ser responsável pela morte de um cadete e um pastor, que estaria com um amigo, que desapareceu.

Foi a segunda chacina em menos de 24 horas na Baixada. No domingo, quatro pessoas foram mortas em uma casa em Japeri. Os criminosos também fizeram terror psicológico com parentes dos garotos. Ao pai de uma das vítimas, um dos bandidos disse por telefone: ?Melhor fazer outro filho porque esse aqui já era?.

A confirmação das mortes acabou com a esperança das famílias. ?Passamos dois dias de angústia. Os criminosos nos impediram de ir até a mata para procurá-los. Eu só queria meu sobrinho vivo?, desabafou a tia de um deles.

Para investigadores, o motivo da barbárie ainda não foi esclarecido, mas os responsáveis pelos assassinatos são traficantes da Favela da Chatuba, em Mesquita, comandados pelo chefão Remilton Moura da Silva Júnior, o Juninho Cagão.

Uma linha de investigação indica que os jovens foram mortos porque moravam em um bairro com quadrilha rival à da Chatuba. A polícia ressalta que nenhuma das vítimas tinha passagem pela polícia.

?Há relatos de que moradores do Cabral não podiam atravessar para a área da Chatuba?, disse o delegado Júlio da Silva Filho, da 53ª DP (Mesquita).

?O crime foi demonstração de poder dos traficantes para demarcar território. Isso é uma barbaridade injustificável?, disse a delegada Sandra Ornelas, da 57ª DP (Nilópolis), que iniciou as investigações.



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