Bandeiras são hasteadas em comunidades ocupadas no Rio

“É o renascimento de uma região”, afirma governador Sérgio Cabral.

Bandeiras do Rio de Janeiro e do Brasil são hasteadas. | Alexandre Durão/G1
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Após a megaoperação de ocupação nas comunidades da Barreira do Vasco e do Conjunto de Favelas do Caju, na Zona Norte do Rio, na madrugada deste domingo (3), as bandeiras do Rio e do Brasil foram hasteadas no Parque Alegria, no Caju, por volta das 10h, como símbolo de que os locais foram retomados dos criminosos pelas forças de segurança.

?É o renascimento de uma região. Eu vi aquela região crescer com a violência e a área era um dos bairros mais importantes do século 19. As políticas de segurança são ações consistentes e libertam as comunidades do poder paralelo?, disse o governador do Rio, Sérgio Cabral, durante entrevista à imprensa no quartel-general da Polícia Militar.

O secretário estadual de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse, em entrevista coletiva na manhã deste domingo, do Quartel-General da Polícia Militar do Rio, que existe plano de UPP para a Baixada Fluminense e para Niterói. "Se a população refletir, as pacificações não estão acontecendo por acaso. Existe um plano para a Baixada Fluminense e para Niterói, mas não serei mercenário da ilusão de dizer que vamos fazer uma UPP nesses lugares na semana que vem", disse o secretário.

Beltrame disse também que existe a fuga de traficantes para outras comunidades, mas que esse número é muito pequeno. "Há migração de traficantes, mas o número é mínimo. Não dá para tratar dinheiro público e vidas humanas com especulação. Nos guiamos por dados. Houve reclamações em Niterói, por exemplo, onde de 600 bandidos presos só 31 eram do Rio."

Mais cedo, o porta-voz da PM, coronel Frederico Caldas, fez um balanço da ação. "Desde o dia 14 de fevereiro, a polícia realizou uma operação de cerco em comunidades em que a área de inteligência monitorou possíveis locais para onde os criminosos pudessem fugir. Até sábado (2), foram contabilizados 284 presos, 36 menores apreendidos, 14 fuzis, duas submetralhadoras, quatro carabinas, nove espingardas, 46 pistolas, 37 revólveres e 24 granadas; também foram apreendidas drogas: 86 quilos de cocaína, 263 quilos de maconha. Além disso, 55 carros roubados foram recuperados e 673 motos foram apreendidas", disse.

Na ação deste domingo, até as 10h30 mais cinco pessoas haviam sido detidas e um menor, apreendido. Entre os presos, um PM com mandado de prisão pendente foi parado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em uma moto em um dos acessos à Ponte Rio-Niterói. Outro detido seria foragido da Justiça, de acordo com informações da GloboNews. Os outros três ainda estão sendo investigados na 17ª DP (São Cristóvão).

A ação ocorreu tranquilamente, a ocupação durou apenas 25 minutos e nenhum disparo precisou ser efetuado para tomar as comunidades, segundo o coronel Caldas. Nessas comunidades, será instalada a 31ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

As comunidades ficam entre a Zona Portuária, Avenida Brasil e Linha Vermelha, duas das principais vias de acesso ao Rio de Janeiro. Segundo o Instituto Pereira Passos (IPP), a Barreira do Vasco, em São Cristóvão, tem quase 8 mil habitantes e o conjunto de favelas do Caju tem mais de 16 mil moradores.

A área era comandada por facção responsável por grande parte dos roubos de carros da cidade, além de ser um importante ponto de tráfico de drogas, de acordo com comentarista de segurança Rodrigo Pimentel, da TV Globo. Eles encontravam facilidade para fugir pela Avenida Brasil e Linha Vermelha.

"A localização destas comunidades em pontos estratégicos, nas proximidades da Avenida Brasil, da Linha Vermelha, do acesso à Ponte Rio-Niterói, isso tudo só evidencia a importância destas ações de hoje [domingo]. Elas expressam também a mobilização das forças policiais, no caso federais e estaduais", afirmou.

O coronel reforçou que a partir de agora é muito importante que haja uma mobilização dos moradores, passando informações para a polícia através do Disque-denúncia.

"Estão sendo cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão de marginais que estão envolvidos com o tráfico de drogas nestas localidades. O mais importante foi conquistado, que é a retomada do território. Esse é o objetivo maior de qualquer processo de ocupação", finalizou Caldas.



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