Bombeiros teriam roubado cordão de policial morto no Rio

Os bombeiros envolvidos no caso receberam voz de prisão do comandante do 9º BPM

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O cabo PM Leonardo Pereira Barbute, de 34 anos, foi assassinado com diversos tiros à queima-roupa, no fim da noite de sexta-feira, durante assalto a um trailer de lanches, na Travessa Antonieta, em Osvaldo Cruz, na Zona Norte do Rio. A tentativa de socorro ao policial militar, no entanto, terminou com quatro bombeiros, do Grupamento Bombeiros Militar de Irajá, entre eles um tenente-médico da corporação, acusados de furtarem o cordão de ouro do policial e de registrarem a vítima como indigente, no boletim do Hospital Carlos Chagas.

O fato revoltou familiares e colegas do policial. Os bombeiros envolvidos no caso receberam voz de prisão do comandante do 9º BPM, tenente-coronel Edvaldo Camilo, ao chegarem à unidade de saúde. Testemunhas disseram que, quando foi socorrido, o policial estava com um cordão de ouro, além de uma pulseira e um relógio, sendo os dois últimos devolvidos à família. O cordão, no entanto, não foi encontrado.

Os quatro bombeiros foram conduzidos à 30ª DP (Marechal Hermes), onde prestaram depoimentos. O coronel Edvaldo Camilo preferiu não comentar o fato, segundo ele, em respeito à corporação. De acordo com o Corpo de Bombeiros, será instaurado um Inquérito Policial Militar para apurar o caso.

O policial, que estava de folga, chegou a ser socorrido por uma ambulância do Corpo de Bombeiros, mas morreu ao dar entrada no Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes.

PM não reagiu, mas foi executado

Testemunhas disseram que quatro homens armados praticaram o crime. Os bandidos roubaram os pertences de todas as pessoas que faziam lanches em um trailer. O policial estava armado, mas não reagiu. Ele foi morto após ter a identidade revelada. Os assaltantes fugiram em um Siena prata.

O cabo Barbute estava lotado no 9º BPM (Rocha Miranda). Segundo o comandante da unidade, o tenente-coronel Edvaldo Camilo, o policial tinha comportamento exemplar e estava trabalhando no batalhão, há cerca de dois meses. De acordo com informações do setor de inteligência da PM, os criminosos seriam da Chatuba e Vila Cruzeiro, no Conjunto de Favelas do Alemão, na Penha.

"Era um bom policial. Foi morto de forma covarde. Estamos trabalhando para prender os criminosos. Já recebemos algumas informações dando conta de que os bandidos seriam da Favelas da Chatuba e Vila Cruzeiro. Já fizemos contato com outros batalhões da região e vamos continuar trabalhando para prender esses criminosos", disse o comandante Edvaldo Camilo.

Após o crime, policiais do 9º BPM realizaram buscas na região. Durante um patrulhamento na Favela do Chapadão, na Pavuna, dois homens foram baleados em uma troca de tiros e morreram no Hospital Carlos Chagas. No local foram apreendidos duas pistolas, duas granadas, cocaína, maconha e um rádio comunicador. A polícia investiga se um dos mortos é o traficante conhecido como TH, que seria o segundo homem na hierarquia do tráfico da Favela Vila Cruzeiro.

Acusação semelhante no caso AfroReggae

Em outubro, o capitão da PM Denis Leonard Nogueira Bizarro e o cabo Marcos Oliveira Salles, foram presos após serem acusados de omissão de socorro no caso da morte do coordenador do AfroReggae, Evandro João Silva, assassinado na madrugada do dia 18. Evandro foi baleado ao reagir a um assalto quando passava na esquina das ruas do Ouvidor e do Carmo, no Centro do Rio.

Câmeras de segurança de lojas próximas ao local do assassinato registraram a presença de dois policiais militares, que chegaram a abordar os dois assaltantes, mas depois os liberaram, ficando com um par de tênis e uma jaqueta da vítima. As imagens também mostraram que os PMs não prestaram socorro à vítima, que estava caída na calçada.

Exoneração pública

Cinco dias após o crime, o governador Sérgio Cabral ordenou que o major e relações públicas da PM, Oderlei Santos, fosse exonerado do cargo. Para o governador, Oderlei Santos serviu como "advogado dos policiais envolvidos no caso" afirmando que o capitão Dennis Bizarro e o cabo Marcos Sales haviam "apenas" cometido um desvio de conduta e não poderiam ser chamados de criminosos.

"O major (Oderlei) não se comportou como porta-voz da corporação e sim como advogados dos PMs e isso eu não admito. Isso é um desrespeito à população e ele não merece ser porta-voz de uma Instituição como a PM", disse Sérgio Cabral.



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