Bruno acompanhou Eliza para a morte

Responsáveis por morte de Eliza serão indiciados mesmo sem corpo.

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O delegado Edson Moreira, um dos responsáveis em Minas Gerais pelas investigações sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, disse, em entrevista nesta quinta-feira (8), que o goleiro Bruno teria acompanhado a ex-amante Eliza para sua morte. "Ele estava junto. É a conclusão a que se chega", diz Moreira. Veja ao lado a íntegra da entrevista.

O delegado afirma, com base em depoimentos, que Bruno ficou com Eliza o tempo todo e que demonstrava tranquilidade. Uma das principais testemunhas, um menor de idade, prestou depoimento na terça-feira (6), no Rio. O "Jornal Nacional" obteve acesso à integra do depoimento que o menor deu no Rio. No depoimento, o menor diz que ouviu Bruno pedir para "resolverem o problema" com Eliza, mas não diz que o goleiro acompanhou Eliza para a morte (saiba mais).

O delegado Edson Moreira, em parceria com o também delegado Wagner Pinto, analisou declarações do menor no Rio de Janeiro e relatos feitos pelo adolescente no local em que teria ocorrido o crime, em Vespasiano (MG). Peritos estiveram no imóvel na quarta-feira (7), acompanhados pelo menor. Segundo os delegados, grande parte das informações do adolescente coincide com depoimentos de outras testemunhas ouvidas anteriormente pela polícia mineira.

Na noite de quarta-feira, o então advogado de Bruno, Michel Assef Filho, disse que o atleta nega o crime. Assef Filho disse ainda que o goleiro Bruno está "estarrecido" e afirmou desconhecer os fatos contados em depoimento pelo menor ouvido na terça. Nesta quinta, Michel Assef Filho deixou o caso alegando que trabalha para o Flamengo e, como o clube decidiu pela suspensão do contrato de Bruno, há um ?conflito de interesses?. O advogado Ércio Quaresma assumiu a defesa de Bruno.

Eliza Samudio está desaparecida desde o início de junho. Nascida em Foz do Iguaçu (PR), ela se mudou para São Paulo e posteriormente para o Rio. Em 2009, teve um relacionamento com Bruno. Depois, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é Bruno. O filho nasceu no início de 2010. Desde então, busca na Justiça o reconhecimento de paternidade por parte de Bruno.

Na quarta-feira (7), Bruno teve a prisão temporária decretada no Rio. A polícia fluminense diz que ele é suspeito de ser o mandante do sequestro de Eliza. Em Minas, Bruno é investigado pelo homicídio da ex-amante.

Bruno no sítio

Na entrevista concedida nesta manhã, o delegado Edson Moreira disse: "Estavam no sítio do Bruno, em Esmeraldas (MG), quatro pessoas, além de Eliza e a criança. Três pessoas [Macarrão, o adolescente e Bruno] saíram com Eliza e o bebê do sítio sob a alegação de que eles seriam levados para um apartamento alugado. Nesse caminho, certamente o bebê foi levado para outro lugar e Eliza, Bruno, o adolescente e Macarrão foram para a casa do ex-policial. Em seguida, Bruno, Macarrão e o menor voltaram para o sítio apenas com a mala de Eliza, que foi queimada".

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, dono da casa em que estaria o corpo de Eliza Samudio, em Vespasiano (MG), seria o responsável pela execução, morte e desaparecimento da jovem, segundo o delegado Moreira. Ainda segundo o delegado, ele teve a prisão temporária solicitada pela polícia.

Segundo o delegado, "Bruno estava lá na casa [do ex-policial] e viu a mulher toda estourada. Acompanhou, segundo testemunhas, Eliza para seu sacrifício, para sua morte". "Um ídolo como o Bruno, de um grande time, e um monstro pelo que fez com essa moça. O crime foi planejado e friamente executado. Podemos concluir que Eliza está morta", diz Moreira.

De acordo com a polícia, Eliza e seu filho, de 4 meses, teriam sido levados do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, de carro, com o menor e Macarrão. O carro que levou a jovem foi apreendido em 8 de junho e Eliza foi levada, em 9 de junho, para a casa em Vespasiano (MG), onde teria sido morta. Antes de ser executava, Eliza teria ficado no sítio do goleiro Bruno, em Esmeraldas.

Segundo o delegado Wagner Pinto, Macarrão, Bruno, o menor e Marcos estão diretamente envolvidos na morte de Eliza. "Fazendo o cruzamento das provas objetivas e subjetivas, como os depoimentos, podemos dizer que tudo aponta para a ocorrência de homicídio. O importante para nós é, a partir de agora, juntar todos esses elementos que indicam a efetiva participação do Macarrão, do Bruno e desse adolescente na trama criminosa, juntamente com o policial civil Marcos", diz.

Ele afirma que as buscas pelo corpo de Eliza vão continuar. "Nós temos que buscar o cadáver, mas se não encontrarmos, com todos esses elementos, certamente as pessoas envolvidas serão devidamente indiciadas e apresentadas à Justiça como autoras desse homicídio e pela ocultação do cadáver", diz. Segundo a polícia, as investigações irão apontar outros locais em que, eventualmente, o corpo pode ter sido desovado.

Ex-policial teria executado Eliza

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos seria o responsável pela execução de Eliza, segundo Moreira. Ainda segundo o delegado, ele teve a prisão temporária solicitada pela polícia.

Na quarta-feira, policiais entraram, por volta das 15h20, na casa em que estaria o corpo de Eliza. As equipes chegaram ao local orientadas pelo menor que prestou depoimento, na terça-feira (6), no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, ele acompanhou os agentes durante a vistoria no local.

"O menor nos acompanhou nas buscas pela casa e chorava compulsivamente lembrando a cena do crime. Fomos ao local para verificar a versão apresentada pelo adolescente. A investigação está praticamente chegando a uma conclusão. Cerca de 80% do depoimento do adolescente é verdadeiro", diz Moreira.

Dentro da residência, segundo a polícia, nada de interesse investigativo foi encontrado. Um carro de propriedade do ex-policial foi apreendido. "Aparentemente havia manchas de sangue no carro. O carro foi conduzido para o Instituto de Criminalística para a realização do exame que vai definir se é sangue, se é de natureza humana e se é da Eliza. Esse laudo sairá rapidamente, mas não há data definida", diz o delegado Wagner Pinto.

De acordo com o delegado, que esteve no local com o menor, o adolescente descreveu com riqueza de detalhes o interior da casa, antes da entrada das equipes no imóvel. "Ele mencionou que havia vários cães da raça rottweiler no local e que o executor teria jogado parte do corpo de Eliza para os cachorros. Quando chegamos na casa, o menor apontou o local e ficou abalado", diz.

Ainda segundo as investigações, há indícios de que alguém estaria na casa e teria fugido ao perceber a chegada da polícia. "Percebemos que alguém estava na casa quando a polícia chegou. Um circuito externo de câmeras estava ligado, monitorado por uma televisão, que também estava ligada. A pia estava molhada e a janela estava aberta", diz Pinto. O delegado Moreira afirmou que há uma rota de fuga na casa.

Morte de Eliza

"O que é certo é que o menor disse que teria ido com Macarrão e Eliza para uma residência, onde houve a execução da Eliza por asfixia mecânica. Marcos teria estragulado, matado e desovado o corpo. Ele fez o estrangulamento, com o braço, pelas costas de Eliza. Depois da execução, Neném solicitou que o menor e outro homem que estava com eles saíssem para que ele providenciasse a desova do corpo", afirma Wagner Pinto.

O jovem teria explicado, segundo a polícia, a mecânica do crime. Segundo relato do menor, Eliza tinha as mãos atadas e as pernas amarradas quando foi morta. Depois do crime, ainda de acordo com o que diz o adolescente, o ex-policial teria ficado sozinho com o corpo de Eliza Samudio, na casa em Vespasiano.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES