“Caiu para trás e gritou”, conta mãe de menino morto com tiros

Christian Allifer Azevedo Viana, de 12 anos, se preparava para ir à escola. Família acusa PM por crime que ocorreu em São Vicente, no litoral de SP.

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Caiu para trás e gritou", lembra mãe de menino morto com um tiro no peitoeeee | Reprodução/Internet
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A morte do menino Christian Allifer Azevedo Viana, de 12 anos, atingido por um tiro no peito quando se preparava para ir à escola nesta sexta-feira (6) no Dique das Caxetas, no bairro Jóquei Clube, em São Vicente, no litoral de São Paulo, é encarada com dor e revolta pela família do garoto, que acusa a Polícia Militar pelo crime.

O estudante saía do banheiro de sua casa quando foi atingido. A família ainda o levou para o Pronto Socorro do bairro Cidade Náutica e, depois, para o Hospital Municipal da cidade, no entanto, ele não resistiu aos ferimentos. A mãe de Christian, Edneide Cabral de Azevedo, relata os momentos de angústia pelos quais passou com a morte de seu filho. ?Tinha um policial em pé. Ele apontou a arma e eu ouvi um barulho. Meu filho levou um tiro, caiu para trás e gritou ?mãe?. Foi a última palavra dele?, revela.

O avô do estudante, Carlos Bárbaro, contesta a ação da Polícia Militar no local durante o episódio. ?Os policiais entraram atirando na rua. A bala atravessou a parede da casa e o menino veio a óbito. Eles entram nos lugares, não respeitam a casa de ninguém. Entram atirando e matando gente inocente?, diz.

Bárbaro está indignado com a morte do neto e promete lutar para que o culpado seja responsabilizado. ?A gente pensa que nunca vai acontecer conosco, mas dessa vez aconteceu. Eu vou correr atrás disso?, completa.

A ação da Polícia Militar neste caso foi bastante questionada também por moradores do bairro. Uma viatura chegou a ser atingida por pedras e um pedaço de pau, tendo um dos vidros quebrados. Também houve a tentativa de incendiar um ônibus. Um policial chegou a sacar uma arma e outros dois jogaram bombas de efeito moral contra a população.

O tenente PM André Luis Bonifácio defende, em um primeiro momento, as medidas tomadas pelos policiais após a morte de Christian. ?Depois de um fato como esse, um crime, a PM precisa preservar o local e foi o que aconteceu. Como a morte aponta para a possível autoria do tiro por um policial, houve a manifestação da comunidade. Eles atiraram pedras nas nossas viaturas. Com isso, houve a necessidade de uma contenção operacional?, conta.

Já sobre as investigações que definirão se o disparo que matou o menino partiu realmente da arma de um policial, Bonifácio espera ver as respostas em breve. Registrado no 2º Distrito Policial de São Vicente, o crime também é investigado pela Corregedoria da Polícia Militar. ?Temos um sistema de investigação e estamos ajudando a levantar qualquer informação que possa ajudar a elucidar o caso. Enquanto isso, nós recolhemos todas as armas dos policiais em patrulhamento nessa área de São Vicente. Vamos aguardar o confrontamento dos dados do Instituto de Criminalística?, conclui.



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