Caso de ameaça homofóbica a militante do Matizes deve ser solucionado em abril

O presidente do Conselho Nacional LGBT afirma que este foi o primeiro caso de ameaça registrado no Nordeste

Marinalva Santana | Reprodução
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A vinda do presidente do Conselho Nacional LGBT e também coordenador nacional de promoção dos Direitos de LGBT da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Gustavo Bernardes, mobilizou a comunidade LGBT do Piauí.

Várias lideranças estavam presentes na Delegacia de Direitos Humanos para cobrar agilidade e acompanhar o andamento das ameaças homofóbicas enfrentadas pela militante Marinalva Santana. O caso ganhou repercussão nacional e saiu até no blog do deputado federal Jean Wyllys.

No comando das investigações, o delegado Sebastião Escórcio informou que a apuração está bastante avançada e no começo de abril o caso deverá ser completamente solucionado.

Segundo ele, a preocupação principal da polícia é identificar se este crime foi cometido por um indivíduo isolado, ou se existe de fato uma rede de pessoas ligadas aos atos nazistas praticados contra a população homossexual.

?Solicitamos os devidos mandados e estamos concluindo as investigações. Há um suspeito, mas ainda estamos aguardando o trabalho de inteligência?, explica Escórcio, que afirmou que o sigilo do computador já foi quebrado e que as mensagens de ameaças veiculadas no Facebook partiram de um único computador e que a quebra de dados do usuário já foi conseguida pela Justiça.

Gustavo Bernardes parabenizou a atuação do delegado e disse que pelo que tem acompanhado de investigações no Brasil, a do Piauí foi uma das mais ágeis. ?A Polícia Civil do Piauí agiu com bastante rapidez?.

Ele disponibilizou a área de inteligência do governo federal para auxiliar as negociações se for preciso. Segundo ele, é fundamental que este tipo de ameaça não afete a segurança de Marinalva e nem a impeça de continuar exercendo militância na área dos direitos humanos.

?O governo federal vai se empenhar para garantir atuação dos militantes de direitos humanos em todo Brasil. Vamos garantir o trabalho desses militantes?, declara Gustavo, que disponibilizou a Marinalva os serviços do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos da SDH, que pretende assegurar a atuação dos militantes, sem que eles precisem se isolar e sair dos locais de atuação, como acontece no Programa de Proteção às Testemunhas.

Marinalva afirmou que não está com medo das ameaças e não vai se intimidar. Ela ressaltou que a luta continua cada vez mais forte. ?Nossa luta continua firme e forte?, destacou, e apesar de elogiar o trabalho do delegado, cobrou capacitação da polícia e mais engajamento por parte do Executivo estadual. ?Toda a sociedade está falando e o governo está calado?, declarou.

Autoridades e lideranças prestam apoio

Vários defensores dos Direitos Humanos estavam presente na reunião prestando solidariedade a Marinalva. O Grupo Piauiense de Travestis e Transexuais (GPTRANS) acompanhou as discussões, como também o deputado estadual Fábio Novo, o Ministério Público, o Conselho Municipal LGBT e outros militantes dos Direitos Humanos.

Representando o Ministério Público, a promotora Mirian Lago também participou da reunião e destacou que o MP vai dar todo o suporte necessário. "O Ministério Público não aceita este tipo de ameaça e de conduta e vai dar prioridade a este caso.

É muito importante a presença do presidente Gustavo aqui, porque estas coisas não podem ficar na invisibilidade", afirma a promotora, que elogiou o trabalho do delegado, oferecendo apoio do MP no que for preciso.

Kátia Tapety, primeira travesti a ser eleita vereadora no Brasil e tema do documentário de Karla Holanda, veio do interior de Estado exclusivamente para esta reunião e também para dar apoio a Marinalva. "A Marinalva é uma pessoa excelente e nós não podemos permitir este tipo de ameaça.

A Justiça tem que descobrir quem é este mau elemento", destaca.

André Santos, presidente do Conselho Municipal LGBT, também compareceu à reunião e destacou que a presença do presidente do Conselho Nacional tem um peso muito importante, dando suporte necessário às investigações.

"Estamos amparados pelo Conselho Nacional para pressionar o governo e mostrar que isso não é um caso isolado", reitera.(



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