Como foi o tiroteio que deixou policial, dono de mansão e vigia mortos em SP

Câmeras de segurança registraram parte do confronto entre o empresário Rogério Saladino, de 56 anos, e seu colega de Milene, o policial civil Felipe Wilson da Costa, de 44 anos

Investigadora, empresário e funcionário | Reprodução
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O laudo preliminar que aponta como transcorreu o tiroteio que resultou na morte de uma policial, um empresário e o funcionário dele, já foi concluído. De acordo com o documento, a investigadora Milene Bagalho, de 39 anos, foi atingida por três disparos na troca de tiros no último sábado (16). O empresário e dono da mansão que atirou na policial e o vigilante dele, foram mortos com pelo menos um tiro. 

As informações também foram inseridas no boletim de ocorrência da Polícia Civil. O incidente ocorreu em frente ao luxuoso casarão localizado nos Jardins, área nobre da região central de São Paulo. Câmeras de segurança registraram parte do confronto entre o empresário Rogério Saladino, de 56 anos, e seu colega de Milene, o policial civil Felipe Wilson da Costa, de 44 anos.

Em resposta ao ataque de Rogério, o policial reagiu atirando no peito do empresário, que foi conduzido ao hospital, porém não resistiu. O investigador também disparou contra o ombro de seu próprio funcionário, Alex James Gomes Mury, de 49 anos, que veio a falecer na residência. Felizmente, o policial não sofreu ferimentos.

Investigadora não atirou

Milene, embora não tenha efetuado disparos, foi atingida por duas perfurações no braço direito e uma na axila direita, vindo a falecer no hospital.

Segundo o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação, o empregador e seu funcionário confundiram os dois investigadores com assaltantes. Os policiais civis estavam realizando trabalho na esquina das ruas Guadelupe com a Venezuela, no Jardim América, como parte do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em busca de pistas sobre ladrões que haviam invadido uma residência na região, praticando furto de um veículo e pertences das vítimas no dia 15.

Estavam em carros descaracterizados 

Embora estivessem em um veículo descaracterizado do Deic, Milene e Felipe portavam distintivos da Polícia Civil e se identificaram como investigadores aos moradores das residências vizinhas, solicitando imagens de câmeras de segurança que pudessem ter registrado os criminosos.

Segundo o DHPP, ao avistarem o vigilante Alex em uma moto, os investigadores pediram que ele fornecesse vídeos das câmeras da mansão para auxiliar em sua investigação. Ao entrar no imóvel e comunicar-se com um segurança na guarita, este solicitou ao proprietário da residência que fosse informado. Rogério foi até a guarita, que era blindada, viu os dois agentes, mas ficou desconfiado de sua autenticidade como policiais.

De acordo com a Polícia Civil, os tiros foram de advertência para o alto para que os policiais, que acreditavam serem falsos, fossem embora. Em seguida, ele acionou o portão eletrônico da mansão e disparou contra Milene, que não teve tempo de reagir ou sacar a arma. O tiro atingiu o veículo de um motorista de aplicativo que transitava pela rua.

Armas apreendidas 

O DHPP recolheu quatro armas para perícia: duas pertencentes aos policiais envolvidos e outras duas registradas em nome do proprietário da residência. A investigação aguardará os resultados dos exames realizados pelo Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico-Científica para determinar a autoria dos disparos.

Quatro armas foram apreendidas (Foto: Reprodução)

Conforme informações da Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Civil também encontrou "porções de maconha" e outras substâncias ilícitas na residência de Rogério. O Instituto Médico Legal (IML) realizará testes para verificar se o empresário estava sob efeito de drogas ou álcool durante o confronto com os policiais.

A Polícia Civil, encarregada da investigação, revelou que Rogério possuía autorização para manter armas em sua residência, sendo classificado como CAC (Caçador, Atirador e Colecionador de Armas). Apesar de alguns policiais informarem à imprensa que as duas armas do empresário estavam regularizadas, o boletim de ocorrência menciona a irregularidade de uma delas, uma pistola calibre .45, enquanto a outra, uma pistola .380, estava legalizada.

Rogério Saladino ocupava o cargo de sócio-presidente do Grupo Biofast, uma empresa brasileira atuante no mercado de medicina diagnóstica desde 2004, fornecendo resultados de exames médicos para os setores público e privado. As áreas de atuação incluem análises clínicas, anatomia patológica e biologia molecular. 

O empresário já tinha passagens criminais pela polícia

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) comunicou que Rogério possuía registros criminais anteriores relacionados a "homicídio, lesão corporal e crime ambiental". Consta no boletim de ocorrência a informação de que em 1989 ele enfrentou acusações de assassinato e agressão, resultando em sua prisão por homicídio. Além disso, em 2008, foi acusado de crime ambiental. Segundo relatos policiais à imprensa, esses processos contra ele já haviam sido encerrados.

O incidente ocorrido no último sábado (16) foi oficialmente registrado pela Polícia Civil como "homicídio" e "morte decorrente de intervenção policial". O Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu que o policial civil que reagiu aos disparos não cometeu crime, agindo em legítima defesa. Uma vez que os responsáveis pelo homicídio estão falecidos, o inquérito será finalizado e encaminhado à Justiça para posterior arquivamento.

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