Filha escondia droga para proteger a mãe

Quando a PM chegou à casa da acusada de tráfico, sua filha de 9 anos correu para o banheiro

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Na delegacia: a droga e dinheiro apreendidos | ALANA ANDRADE
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O choro da pequena ´Júlia´ (nome fictício), de apenas nove anos, na tarde de ontem, em uma das salas do 9º DP (Vicente Pinzón) em Fortaleza-Ceará, comoveu até o experiente soldado Antônio Carlos, da Força Tática de Apoio (FTA), da 1ª Companhia do 5º BPM (Aldeota). Ela e os irmãos ´José´, 6, e ´Joana´, 4 (nomes fictícios), não se conformavam com a prisão da mãe, a diarista Marta Maria Cruz de Oliveira, 43, acusada de tráfico de drogas.

Para Antônio Carlos, que afirmou nunca ter visto cena parecida em seus 16 anos na Polícia Militar, e não segurou as lágrimas, o pior foi descobrir que a droga que estava na lancheira da filha mais nova, havia sido escondida no banheiro pela mais velha. E o dinheiro proveniente desse comércio ilegal, aproximadamente R$ 400,00, a criança havia guardado sob a roupa. Tudo para evitar a prisão da mãe. "Uma lancheira que deveria ter lanches para as crianças levarem para a escola, tinha droga. Para a gente, que é pai, isso é muito triste", lamentou.

De acordo com Antônio Carlos, ele e o também soldado Da Silva e o cabo Walirton Luiz, receberam uma denúncia de que em uma residência, situada na Comunidade Marrocos, no Vicente Pinzón, uma mulher estava vendendo drogas. Ao chegarem no local informado, os PMs se depararam com a mulher e os três filhos pequenos.

Na versão da pequena ´Júlia´, contada na delegacia, ao avistar a Polícia chegar em sua casa na tarde de ontem, ela correu, escondeu a droga no banheiro e guardou o dinheiro sob a roupa, para evitar que a mãe fosse presa. A Polícia acredita que a mãe a orientou a fazer isso.

Ao se voltarem para a criança, ela mostrou onde estavam as mais de 80 pedras de crack, as dezenas de ´trouxinhas´ de maconha e um tablete grande da mesma droga, além de papelotes de cocaína.

Após encontrar o material, os militares deram voz de prisão a mãe das crianças e a conduziram até a delegacia. "Mamãe vai pagar o que está devendo, mas volta, viu filha", as palavras ditas em lamento por Marta não convenceram Júlia, que retrucou chorando: "Vai não, mãe". As duas foram separadas na sala do delegado Fábio Facó, que iniciava naquele momento o auto de prisão em flagrante por tráfico de drogas da mulher.

Marta contou que mora há dez anos no bairro e que há dois cria sozinha os três filhos, pois o marido morreu, vítima de complicações no fígado. "Há mais ou menos dois meses, vendi a TV e um som e comprei essa droga. Não queria ver minhas filhas com fome", disse.

Perdão

Marta relatou que sobrevivia com a ajuda da irmã, mas não estava mais querendo "ficar pedindo", e, por isso, resolveu vender drogas. "Só peço perdão aos meus filhos por ter feito eles passarem por isso. Vou pagar e quando sair quero ficar com eles de novo, sem coisa errada". As crianças ficarão com uma tia, mas em breve devem ir morar com a avó, no Interior.

Tráfico

84 pedras de crack, 15 ´trouxinhas´ de maconha, alguns papelotes de cocaína e um tablete de maconha foram apreendidos na casa da diarista Marta Maria Cruz de Oliveira



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