Defesa entra com novo pedido de habeas corpus para soltar Elize

Desembargador do TJ-SP vai analisar recurso contrário à prisão dela

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Bacharel está presa preventivamente em Tremembé por matar marido | Carlos Pessuto/Futura Press/AE
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A defesa de Elize Araújo Kitano Matsunaga, de 30 anos, entrou com um novo pedido de liberdade na Justiça de São Paulo para que assassina confessa do marido, o diretor-executivo da Yoki Marcos Kitano Matsunaga, de 41 anos, responda ao crime solta. O habeas corpus contra a prisão preventiva da bacharel em direito foi impetrado na quinta-feira (21) pelo advogado dela, Luciano Santoro. O recurso será analisado pelo desembargador relator Francisco Menin, da 7ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de SP (TJ-SP).

De acordo com a assessoria de imprensa do TJ-SP, até as 11h desta sexta-feira (22) não havia nenhuma decisão sobre o pedido de liberdade. O relator irá dar um parecer liminar sobre o habeas corpus, em caráter de urgência. Posteriormente, o mérito do recurso será julgado por ele e outros dois desembargadores.

Confissão

Elize confessou em seu interrogatório à Polícia Civil que atirou na cabeça de Marcos e o esquartejou com uma faca no dia 19 de maio, no apartamento do casal, na Zona Oeste da capital paulista. Depois, ela jogou partes do corpo em Cotia, na Grande São Paulo. Os restos mortais foram encontrados no dia 27 de maio. O cano da pistola de onde saiu o disparo que atingiu o executivo e a faca ainda não foram encontrados.

No dia 4 de junho a Justiça decretou a prisão temporária da mulher, que ficou detida na Cadeia Pública de Cotia até terça (19). A partir de quarta (20), decisão judicial determinou que ela fosse transferida para a Penitenciária Feminina em Tremembé, interior de SP, em cumprimento à prisão preventiva.

Prisão preventiva

Com a prisão preventiva, a bacharel é obrigada a ficar presa durante toda a instrução processual e até um eventual julgamento.

Todos os pedidos de prisão para Elize foram feitos pelo Ministério Público e atendidos pela Justiça. Segundo o promotor José Carlos Cosenzo, se a bacharel for solta ela vai atrapalhar as investigações do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e ainda pode ?intimidar? quatro testemunhas: a modelo que saía com o marido de Elize; um pastor que teria dito para Marcos tomar cuidado com a mulher; um vizinho do haras em Cotia, onde o casal passeava com cavalos; e uma empregada dispensada por ela após o crime.

Habeas corpus

Em seu pedido de liberdade, o advogado Santoro alega que não há requisitos para que Elize fique presa preventivamente.

?Essa prisão caberia se ela atrapalhasse a investigação. O delegado disse que as investigações se encerraram. Desse modo, a prisão de Elize é ilegítima. Não há motivos para que Elize continue presa. Ela colaborou com a Polícia Civil e nunca atrapalhou a investigação", disse Santoro, na quinta (21).

É a segunda vez que a defesa de Elize pede à Justiça para que ela seja solta. A primeira foi no dia 11 de junho, quando a bacharel ainda estava detida temporariamente na Cadeia Pública de Itapevi, na Grande São Paulo. A Justiça, no entanto, negou o pedido.

O caso

Elize é ré no processo no qual é acusada do assassinato de Marcos. Segundo a perícia da Polícia Técnico Científica, a bacharel atirou no marido e o esquartejou ainda quando ele estava vivo.

Ela responde presa pelos crimes de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe (vingança), recurso que impossibilitou a defesa da vítima (o empresário foi baleado quando voltava ao apartamento com uma pizza), meio cruel (usou uma faca para cortar o pescoço do marido quando ele ainda estava vivo) e ocultação de cadáver (colocou as partes do corpo em sacos plásticos e os jogou em Cotia).

Crime passional

A defesa da bacharel alega que o crime foi passional, movido por paixão sob forte emoção, num ato impensado dela. Que Elize matou Marcos após discussão sobre uma traição do marido, quando ele a agrediu, a xingou e disse que iria tirar a guarda da filha dela pelo fato da ré ter sido garota de programa quando o conheceu.

Elize pagou cerca de R$ 7 mil para um detetive flagrar e filmar o empresário com uma outra mulher.

Crime premeditado

Para o Ministério Público, no entanto, o crime foi premeditado, e a bacharel matou o marido por vingança, ao descobrir a traição, e por dinheiro, para ficar com o seguro de vida de R$ 600 mil da vítima, já que ela é a beneficiária. O promotor José Carlos Cosenzo diz que Elize tem de ser condenada a uma pena mínima de 35 anos de reclusão.

A data da audiência de instrução ainda não foi marcada. A decisão de levar a bacharel a júri ou não será do juiz Adilson Paukoski Simoni, do 5º Tribunal do Júri, no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste.

Pivô da traição

Na terça, os advogados da mulher que foi filmada com Marcos deram uma entrevista coletiva para dizerem que N. (como pediram para chamar a cliente) é modelo e não garota de programa, como ela mesma declarou em depoimento ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Segundo o advogado de N., Roberto Parentoni, sua cliente só irá prestar um novo depoimento se a Justiça o pedir.



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