Deficiente visual é solto após ser torturado por policiais em MT

Juiz determinou soltura imediata após comprovar agressão contra preso.

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O juiz André Barbosa Guanaes Simões, da Comarca de Ribeirão Cascalheira, a 893 quilômetros de Cuiabá, determinou a soltura imediata de um deficiente visual que cumpria pena por furto na Cadeia Pública de Canarana, a 838 quilômetros da capital, após a comprovação por exame de corpo de delito que o detento vinha sendo torturado e agredido por policiais civis.

O pedido de relaxamento da prisão foi feito pela defensora pública Maria Lúcia Prati, a qual argumentou que o modo como o suspeito foi preso é ilegal, pois houve abuso de autoridade por parte dos policiais que atenderam a ocorrência. Segundo ela, o detento não poderá, de maneira alguma, sofrer qualquer agressão das pessoas responsáveis por sua custódia, com exceção, quando houver tentativa de fuga ou desrespeito à ordem legal.

"Somente o uso de algemas, de maneira injustificada, já é o suficiente para declarar a nulidade da prisão, evidente que a prática da violência desnecessária torna-se uma razão muito mais forte para tanto", frisou a defensora. O caso do deficiente visual, porém, teria sido mais grave. Segundo apontou o exame de corpo de delito, uma semana após a prisão o suspeito ainda estava com um grande hematoma no olho direito.

O magistrado fez questão de esclarecer que, quando foi homologada a prisão do acusado, não havia indícios de que ele tinha sido torturado. Na mesma decisão, o juiz também notificou a diretoria da Cadeia Pública de Canarana para que realize exame de corpo de delito em cada reeducando que chegar à unidade e pediu que a Corregedoria-Geral da Polícia Civil tome providências em relação à conduta dos policiais.

Outro lado

Por meio da assessoria de imprensa da Polícia Judiciária Civil, o diretor de Interior da instituição, Jales Batista da Silva, informou ao G1 não ter recebido nenhuma denúncia da Defensoria Pública do Estado sobre o caso na época. Segundo ele, até agora a Corregedoria da PJC também não recebeu nenhum pedido de investigação, mas garantiu que assim que tiver os pedidos formalizados a conduta dos policiais serão devidamente apuradas.



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