“Eliza”: Depoimento reforça tese de crime premeditado

Promotor pediu que a polícia abra novo inquérito para investigar o ex-goleiro do Flamengo

Bruno e o amigo Macarrão | Terra
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A advogada de Eliza Samudio, Ane Farato, depôs nesta terça-feira no Fórum Central de Porto Alegre (RS). De acordo com informações divulgadas, Ane teria dito que a ex-amante do goleiro Bruno de Souza foi atraída à capital fluminense com a promessa de que o atleta faria o exame de DNA para reconhecer a paternidade do filho Bruninho. A informação reforça a tese da Polícia Civil de Minas Gerais de que a estudante foi vítima de um crime premeditado.

Na segunda-feira, o promotor da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, Eduardo Paes, pediu que a polícia abra novo inquérito para investigar o ex-goleiro do Flamengo e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

O pedido foi feito no processo em que eles respondem pelo sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio, no ano passado. Eles teriam dado à jovem um remédio à base de piperidinona, como constatou laudo do Instituto Médico-Legal (IML). "Se for comprovado que esse produto é proibido, Bruno pode responder por tráfico de drogas¿, avalia Paes.

Também no processo, Eduardo Paes pediu que Bruno e Macarrão respondam por mais um crime: constrangimento ilegal. Até então, eles haviam sido denunciados por sequestro e cárcere privado e lesão corporal.

O caso

Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo. No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno responderá como mandante e executor do crime.

Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação da atual amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.



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