Em depoimento, acusado de estupro coletivo na PB se diz vítima e revela sofrer ameaças

Eduardo conta com riqueza de detalhes a versão dele para o crime.

Acusado de estupro coletivo | Divulgação
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A equipe da TV Paraíba teve acesso exclusivo ao vídeo do depoimento do principal suspeito pela morte de duas mulheres em fevereiro deste ano na cidade de Queimadas, no Agreste da Paraíba. Eduardo dos Santos Pereira é acusado de planejar toda a ação em que cinco mulheres foram estupradas e duas mortas em uma festa na casa dele, mas ele negou novamente e apresentou uma versão bem diferente para o crime.

Durante o depoimento da última audiência do caso no dia 18 de junho, o acusado disse que existe um grupo de extermínio em Queimadas que seria responsável pela morte da professora Isabela Pajuçara e da recepcionista Michelle Domingos. No interrogatório, ele revelou que estaria marcado para morrer por este grupo e que o alvo no dia do crime era ele, mas que as mulheres teriam sido mortas por engano.

O acusado disse ainda que teme pela segurança dele dentro da Penitenciária de Segurança Máxima PB 1, em João Pessoa, onde está detido desde que foi preso, um dia depois dos crimes. Ele acrescentou que todo o seu patrimônio teria sido conquistado licitamente e que isso teria despertado a cobiça do grupo de extermínio.

"Eu sei que essa é a minha última audiência. Eles queriam me matar uns 15 dias antes da festa. Tem muita gente grande envolvida nisso. É gente que aponta e gente que vai lá e mata. Só que o plano deles deu errado no dia da festa", disse o acusado. Ele continuou reforçando a hipótese de que foi um assalto planejado pelo grupo e que um menor de idade que estava ne festa fazia parte do suposto do grupo e comandou tudo.

O promotor do município, Márcio Teixeira, disse que acredita que possa existir mesmo este grupo, mas que Eduardo teria citado apenas para desviar o foco da acusação contra ele e confundir a Justiça. De qualquer forma, ele informou que o Ministério Público e a Polícia Civil já estão investigando a atuação desse grupo na região do Agreste.

Para o advogado de acusação, Félix Araújo Filho, não restam dúvidas da participação de cada um dos sete acusados no crime. "As provas técnicas e os depoimentos confirmam o envolvimento de todos eles de acordo com o que o Ministério Público denunciou", disse. A próxima etapa do processo são as alegações finais, tanto para a defesa quanto para a acusação.

Os sete acusados devem ser julgados pela juíza Flávia Baptista pelos crimes de estupro, formação de quadrilha e cárcere privado e a sentença pode sair até o fim de julho. Eduardo deve responder sozinho por duplo homicídio e deve ir a júri popular em processo mais demorado. Se a juíza decidir por júri popular, os advogados ainda podem recorrer da decisão

Acusação

Conforme as investigações da Polícia Civil e a denúncia feita pelo Ministério Público da Paraíba, cinco mulheres foram estupradas e duas delas assassinadas durante uma festa. Para a polícia, os estupros teriam sido planejado pelos irmãos Luciano e Eduardo dos Santos Pereira, que teriam convidado amigos para abusar sexualmente de mulheres convidadas de uma festa promovida por eles.

Os irmãos teriam simulado a chegada de assaltantes na casa e usado máscaras e capuzes para não serem reconhecidos. Duas das vítimas teriam conseguido ver as pessoas que as violentavam e por isso foram tiradas da casa e executadas.

Os dez rapazes estão sendo acusados por estupro, cárcere privado, lesão corporal, formação de quadrilha. Eduardo, no entanto, está sendo acusado isoladamente também por duplo homicídio e posse ilegal de arma.

Os adolescentes podem passar até três anos internados no Lar do Garoto, em Lagoa Seca, mas a cada seis meses poderão ser reavaliados. Dependendo do

O crime

No dia 12 de fevereiro de 2012 duas mulheres foram assassinadas na cidade de Queimadas, no Agreste da Paraiba. Segundo a Polícia Militar, elas estariam em uma festa de aniversário em uma casa com dez homens e outras três mulheres.

Os homens são acusados de estuprar as cinco e matar duas delas. As mortes teriam acontecido porque as vítimas reconheceram os criminosos.

Uma delas foi morta com quatro tiros em uma rua central da cidade e a outra foi assassinada com três tiros na estrada para Campina Grande.



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