Empresário é assassinado depois de pedir ajuda ao 190

A vítima tentou convencer a atendente da ameaça que estava por perto

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Um comerciante de Aracaju foi assassinado, mesmo depois de tentar acionar a polícia e pedir ajuda. Ele ligou para o 190, mas, do outro lado da linha, estava uma operadora de telemarketing que não percebeu a gravidade da situação.

A ligação feita pela vítima foi gravada. O dono de um depósito de bebidas tentou convencer a atendente da ameaça que estava por perto. Veja alguns trechos:

Comerciante: Bom dia, aqui tem dois motoqueiros parados só de olho. Tem mais de cinco minutos.

Atendente: Eles estão fazendo algo suspeito?

Comerciante: Para mim, estão fazendo algo suspeito. Se é motoqueiro, é suspeito ficar parado há muito tempo. Eles não são moradores da rua. Estão parados há muito tempo e não tiram os capacetes da cabeça. Não tiram o capacete.

Atendente: A placa da moto?

Comerciante: Eu não vejo. Não posso ir até lá ver. Só sei que ele está parado olhando.

Atendente: O senhor visualizou a característica dos indivíduos?

Comerciante: Não. Não conheço. Estão com capacete na cabeça, como é que vou saber?

Atendente: Eu peço que o senhor tenha as características do indivíduo para me passar.

Comerciante: Está certo. Está bom. Tchau.

Sem o retorno do chamado da polícia, ele continuou no local e, no fim da manhã, com tempo de sobra, os criminosos colocaram em prática o que planejavam. O comerciante foi assassinado com um tiro na cabeça quando saía do depósito.

A família está inconformada. "Essa morte assim dói demais, é difícil esquecer?, comenta disse a viúva.

A ligação foi atendida no centro de operações em Segurança Pública, por uma funcionária de uma empresa de telemarketing. O serviço de atendimento de emergência foi terceirizado há menos de um ano.

Dezesseis atendentes se dividem em três turnos. As ocorrências são repassadas para a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Instituto Médico Legal (IML), mas o socorro só é enviado quando esses funcionários acham necessário.

O sargento Jorge Vieira, da Associação de Militares de Sergipe, diz que "policiais preparados" devem atender os chamados.

A reportagem tentou ouvir algum representante da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, mas não teve resposta.



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