Esquema de investimento levou Romário a acumular dívidas e até sofrer ameaças

Para cooptar investidores no princípio, foi criada a figura de um suposto chinês, que traria produtos para o Brasil num contêiner

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Sob a tentação de um investimento rentável, com lucros muito acima do mercado e livre de impostos, um "contêiner" deixou o porto e distribuiu, em vez de produtos, prejuízos exorbitantes. Suposta importação que, na verdade, era uma aplicação financeira, o negócio ruiu e levou Romário, o craque do tetracampeonato mundial nos Estados Unidos, em 1994, a apuros financeiros no Brasil e até a ameaças. (Polícia e promotor seguem o rastro da pirâmide)

- Inicialmente, isso se configura num crime contra a economia popular. Mas pode servir para lavagem de dinheiro e, dependendo do número de mentores, ser uma formação de quadrilha. Pode ser mais grave do que o sonho do dinheiro fácil - diz o procurador-geral de Justiça do Rio, Cláudio Lopes.

Chinês fictício

Para cooptar investidores no princípio, foi criada a figura de um suposto chinês, que traria produtos para o Brasil num contêiner - o que deu nome à pirâmide de investimento. O contrabandista fictício precisaria de aporte financeiro para obter a liberação da carga no porto, e prometeria ressarcir, com juros, quem se dispusesse a contribuir. O investidor, sem quantia pré-estipulada, receberia 30% do valor inicial. Caso levasse novos integrantes - o que não era obrigatório - teria direito a um adicional de 5%. (Baixinho longe da praia e das noitadas)

Avalista do "cointêiner" por sua imagem, sempre ligada a sucesso financeiro, Romário seria também um dos investidores e estaria recebendo cobranças por ter cooptado inúmeros integrantes. Em alguns casos, ele ainda ofereceria 15% de lucro ao investidor, oferecendo garantia. Nisso, o ex-craque retiraria o percentual total e dividiria.

Espécie de pirâmide e roda, a aplicação financeira travou sem novos investidores, e teria dado origem à série de cobranças ao herói do tetra. Numa delas, um parceiro seu teria levado uma coronhada de fuzil no olho, sendo atendido na Clínica São Bernardo, na Barra. Dois de seus carros - entre eles um vistoso jipe Hummer H2 importado, avaliado em R$ 400 mil - teriam sido trocados por dívidas. Num efeito dominó, o Baixinho está com dívidas de IPVA, IPTU e em vias de perder a cobertura no Golden Green, na Barra da Tijuca.



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