Jovem confessa que chutou motorista de ônibus que caiu de viaduto no RJ

A agressão ocorreu depois que o condutor fechou a porta traseira do veículo e impediu que ele e mais uma senhora desembarcassem.

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O estudante Rodrigo dos Santos Freire, 25 anos, confirmou nesta segunda-feira, durante audiência de instrução e julgamento (AIJ) do acidente com o ônibus da linha 328 - que despencou no viaduto Brigadeiro Trompowski, na saída da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, no dia 2 de abril, causando a morte de nove pessoas e deixando outras sete feridas -, que chutou o motorista do coletivo, André Luiz da Silva Oliveira, 33 anos.

De acordo com seu depoimento, a agressão ocorreu depois que o condutor fechou a porta traseira do veículo e impediu que ele e mais uma senhora desembarcassem. O estudante afirmou que estava atrasado para uma aula no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) quando embarcou no ônibus. Por causa de André ele não teria descido no ponto em que desejava desembarcar e teria discutido com o motorista, que teria começado então a xingá-lo. Por conta disso ele pulou a roleta e foi na direção do condutor.

Segundo o estudante, o motorista continuou a ofendê-lo e mandou ele pular de volta a roleta. André teria então se levantado e, segurando o volante com apenas uma das mãos, chamado Rodrigo ?para a briga?.

Rodrigo afirmou que continuou na parte da frente, no segundo degrau da porta dianteira, de onde deu um único chute que teria pego no pescoço do motorista. Por conta do chute, André então teria perdido a direção do veículo nesse momento.

A pedido do Ministério Público fluminense (MP-RJ), André e Rodrigo respondem pelo crime contra a segurança do transporte viário com qualificação pelos artigos 263 (se do desastre ou sinistro resulta lesão corporal ou morte) e 258 (se resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa é aumentada da metade; se resulta morte, é aplicada em dobro). Contra o estudante, ainda há o agravante de agressão dolosa contra o motorista.

André afirmou que não se lembra de nada do que aconteceu durante o acidente. Contou que começou a trabalhar às 10h, no dia 2 de abril e que, depois disso, apenas lembra do momento em que entrou na sala de cirurgia do hospital, onde operou o fêmur. Afirmou, ainda, que não reconheceu nenhuma das testemunhas do acidente nem o seu agressor.

Testemunhas também foram ouvidas

Além dos réus, nove testemunhas também foram ouvidas durante a audiência. As primeiras pessoas a serem ouvidas foram os sobreviventes do acidente. Todos relataram como foi o início da confusão.

As testemunhas confirmaram que quando Rodrigo não conseguiu descer no ponto em que desejava ? apesar de vários passageiros terem descido no mesmo ponto ?, ele pulou a roleta para insistir que o motorista parasse o veículo. De acordo com as testemunhas, André começou a gritar para que o estudante pulasse a roleta de volta, mas o passageiro, muito alterado, começou a xingar o motorista, exigindo que ele parasse e abrisse a porta da frente para ele descer.

Ainda de acordo com os relatos, o motorista olhava para o lado para discutir, sem prestar atenção na direção. As testemunhas afirmam ainda que André começou a receber socos e pontapés de Rodrigo, e desmaiou. Foi nesse momento que o ônibus caiu do viaduto.

O acidente

De acordo com a denúncia, o motorista André Luiz da Silva dirigia acima da velocidade permitida na avenida Brasil e não parava em determinados pontos, além de não aguardar a descida dos passageiros nas paradas de ônibus. A discussão que originou o acidente teria ocorrido porque o motorista não teria esperado o estudante descer do ônibus.

O bate-boca acabou em agressão. Freire teria desferido chutes no motorista. André Luiz, então, perdeu o controle do ônibus que despencou de uma altura de oito metros de um viaduto na Avenida Brasil.



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