Ex-esposa do goleiro Bruno confirma depoimento sobre “babá”

Graziele Beatriz Leal foi morta porque teria sido confundida com a irmã. Delegado disse que, em princípio, Bruno não tem ligação com a morte

Dayanne Rodrigues deixa a delegacia em Ribeirão das Neves | Cristina Moreno de Castro / G1
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Após pouco mais de uma hora, a ex-mulher do goleiro Bruno Fernandes, Dayanne Rodrigues, deixou a Delegacia de Homicídios de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (8). Ela foi depor a respeito do inquérito que apura a morte da irmã de uma mulher que teria cuidado do filho do goleiro com a ex-amante, Eliza Samudio.

Segundo o advogado de Dayanne, Francisco Simim, ela confirmou ao delegado a versão dita por Bruno durante depoimento, na última terça-feira (6), de que não conhecia nem a vítima, Graziele Beatriz Leal, nem sua irmã, Geisla Leal. Tanto Bruno quanto Dayanne refutaram a versão de que Graziele foi babá das filhas dos dois.

Ainda segundo o defensor, era uma outra pessoa quem cuidava das crianças quando Dayanne morava no Rio de Janeiro. Ele acrescentou que só se fala de Bruno agora porque ele é "a bola da vez". No próximo dia 19 de novembro, haverá o julgamento para definir sua participação no desaparecimento e assassinato de Eliza Samudio.

Suspeitos

Três homens estão em prisão temporária por suspeita de matar a irmã da "babá". O último a ser preso foi capturado no dia 22 de outubro. Segundo o delegado, naquele dia, o suspeito apontado pela polícia como mandante do assassinato de Graziele disse que Bruno estaria envolvido com o crime. Conforme a corporação, ele afirmou ainda que o atleta tinha mandado matar Graziele porque ela "sabia demais" e tinha atuado como babá de suas duas filhas com Dayanne.

Com o depoimento de Bruno, na última terça, e de Dayanne, nesta quinta, o delegado afirmou que a primeira linha de investigação parece a mais provável: a de que os três suspeitos assassinaram Graziele por engano, quando, na verdade, queriam matar sua irmã Geisla Leal, que devia dinheiro a eles e estava envolvida com um grupo rival de tráfico de drogas. O delegado disse que há provas materiais, testemunhais e motivação que sustentam esta tese.

Para Rocha, "a princípio, o goleiro Bruno não tem ligação com a morte de Graziele". Mas ele diz que vai continuar as investigações e ouvir mais perentes e amigos da vítimas e de Bruno.

A morte

Segundo a Polícia Civil, Graziele foi morta na casa de Geisla, no bairro Liberdade, na em Ribeirão das Neves, na Grande BH, em janeiro de 2011. A polícia afirmou que Geisla estava sendo procurada pelos suspeitos por um suposto envolvimento com tráfico de drogas.

Geisla é uma das pessoas citadas no processo de desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Segundo a polícia, ela teria cuidado do filho de Eliza no início de junho de 2010, mesma época em que a jovem desapareceu.

Caso Eliza Samudio

O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Para a polícia, a ex-namorada do jogador foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.

Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o garoto mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

Entenda as acusações

Em 19 de novembro, Bruno Fernandes e mais quatro réus serão julgados no Tribunal do Júri de Contagem. O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, que morreu neste ano, mas ele respondia ao processo em liberdade. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e o outro primo do goleiro Bruno ? Jorge Luiz Rosa ? contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG).

Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

O julgamento de Elenilson Silva e Wemerson Marques será realizado em data ainda não confirmada.



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