Falsa psicóloga que atendia autistas se entrega à polícia

Segundo polícia, ela é suspeita de estelionato e uso de documentos falsos.

A falsa psicóloga foi denunciada pelo MP pelos crimes de estelionato, propaganda enganosa e por falsificação de documentos. | Reprodução TV Globo
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Menos de 12 horas após a prisão do marido, a falsa psicóloga que atendia crianças autistas há mais de dez anos se entregou no fim da noite de segunda-feira (23), na Delegacia do Consumidor (Decon), na Gávea, na Zona Sul do Rio. Segundo a delegada Patrícia Aguiar, a suspeita chegou à delegacia acompanhada do advogado.

No mesmo dia, o casal teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Alcides da Fonsaca, da 11ª Vara Criminal da Capital. O magistrado acolheu o pedido do Ministério Público do Rio, com fundamento na garantia da ordem pública.

A falsa psicóloga foi denunciada pelo MP pelos crimes de estelionato, propaganda enganosa e por falsificação de documentos. Seu marido, no entanto, foi denunciado apenas por estelionato e propaganda enganosa. Segundo relatos de testemunhas à polícia, a suspeita usava tratamentos agressivos para fazer com que as crianças autistas que travava se alimentassem.

Na tarde de segunda-feira (23), policiais da Decon prenderam o marido da falsa psicóloga em um dos apartamentos do casal, na Rua Dona Mariana, em Botafogo, também na Zona Sul. Segundo a polícia, no apartamento, os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão, com o objetivo de colher provas da sua relação profissional com o consultório da mulher.

Pedido de prisão havia sido negado

Na semana passada, a juíza Leila Santos Lopes, da 11ª Vara Criminal havia negado o pedido de prisão preventiva dos réus, alegando, entre outras razões, que "não há notícias nos autos de risco à integridade das vítimas ou seus responsáveis legais, tampouco as testemunhas".

Na mesma decisão, ela havia autorizado a quebra do sigilo bancário e fiscal, nos últimos 5 anos, e bloqueio dos bens da suspeita, de seu marido e da clínica onde eram atendidas as crianças. Além de ter deferido um pedido de busca e apreensão de bens, documentos e laudos que estejam armazenados no computador onde funcionava a clínica.

No dia 8 de maio, a falsa psicóloga foi solta pela segunda vez graças a um habeas corpus concedido no plantão judiciário. Ela responde a dois processos, sendo um por estelionato e outro por tortura, e foi presa pela primeira fez no dia 27 de abril, em flagrante, depois que o pai de uma criança prestou queixa contra ele na polícia. Três dias depois, também graças a um habeas corpus, ela foi posta em liberdade.

Marido prestou depoimento

No dia 11, o marido da falsa psicóloga prestou depoimento como testemunha na Decon. Segundo o delegado Maurício Luciano de Almeida e Silva, ele negou qualquer envolvimento com a clínica onde a falsa psicóloga fazia os atendimentos e disse que ia ao local apenas para levar e buscar a mulher. O suspeito relatou ainda, segundo o delegado, que desconhece qualquer prática de tortura feita pela mulher.

Ainda segundo o delegado, sobre os crimes de estelionato e falsificação de documentos, o marido pediu mais um tempo para responder. Ele está trocando de advogados e gostaria que eles tomassem conhecimento do caso. Ele deverá ser chamado a depor novamente.

"Não podemos reclamar da Justiça por soltar a falsa psicóloga. Nosso trabalho é produzir provas. Da última vez que ela foi presa, nós a encontramos na casa de um parente com os passaportes dela, do marido e filho. Além do mais já constatamos destruição de provas, como a a retirada do site do ar. Isso são indícios que o casal estaria tentando escapar das acusações, mas cabe à Justiça decidir o que fazer", disse o delegado, na época.

Entenda o caso

A falsa psicóloga foi presa em flagrante no dia 27 de abril. De acordo com as investigações, ela não possui graduação em curso superior, nem especialização em psicologia.

Segundo a polícia, ela atuava há 12 anos e atualmente ?tratava? cerca de 60 pacientes. Imagens feitas no centro de tratamento mostram a suspeita conversando com uma delegada, pensando se tratar da mãe de um futuro paciente.

De acordo com a polícia, ela cobrava, em média, R$ 90 por hora. Na delegacia, segundo a polícia, a falsa psicóloga disse informalmente só ter cursado dois períodos da faculdade de psicologia.



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