Filho de diretor do frigorífico Friboi acusa a própria mãe de matar o pai: ‘Foi ela que mandou matar“

Humberto Magalhães, 43 anos, era diretor do frigorífico Friboi. Esposa é acusada pela morte do marido

A principal testemunha contra ela é o próprio filho | Reprodução
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Começa esta semana um julgamento dramático em São Paulo. No banco dos réus, uma mulher acusada de mandar matar o marido, que era alto executivo de um frigorífico. A principal testemunha contra ela é o próprio filho.

A maior inimiga do estudante Carlos Eduardo é a própria mãe. A imagem dos pais dele, juntos e felizes, existia apenas em fotografias. O casal vivia uma relação explosiva, que acabou tragicamente.

?Foi ela que mandou matar meu pai?, disse Carlos Eduardo, filho do casal.

Humberto Magalhães, 43 anos, era diretor do frigorífico Friboi. Ele era de origem humilde, começou como açougueiro e virou o maior executivo da empresa.

O empresário se casou com Giselma Carmem e teve dois filhos. Carlos Eduardo é o mais novo.

As brigas constantes do casal levaram ao fim um relacionamento de 20 anos.

?Discussões dentro de casa, gritaria de virar a madrugada discutindo?, afirmou Carlos Eduardo.

Humberto saiu de casa no fim de 2007. Um ano depois, na noite de 4 de dezembro de 2008, foi assassinado com um tiro dentro do próprio carro na Vila Leopoldina, uma região de classe média alta da Zona Oeste de São Paulo.

?Inicialmente a polícia imaginou se tratar de um latrocínio, mas no porta malas do carro tinha uma valise com cheque, dinheiro, cartões?, revelou José Carlos Cosenzo, promotor do júri.

Logo nos primeiros dias da investigação, Giselma começou, de acordo com a promotoria, a apresentar um comportamento suspeito.

?Saiu o mandado de busca e apreensão.A Giselma quando recebeu a polícia. De repente ela disse, estou com vontade de ir no banheiro. Abaixou, tirou o chip do celular e jogou na privada. A investigadora conseguiu puxar esse chip de dentro da bacia da privada?, disse o promotor.

O chip foi a primeira pista que ajudou a polícia a desvendar o crime. A partir dele, os investigadores rastrearam uma rede de ligações telefônicas.

?Giselma contratou Kairon, que é ex-presidiário. O Kairon contratou o Osmar que era uma pessoa que trabalhava como segurança. E o Osmar contratou uma pessoa chamada Paulo que foi o executor?, revelou promotor.

No primeiro momento, Giselma negou conhecer Kairon. Mas, ao comparar os documentos dos dois, a polícia teve uma surpresa.

?Foi verificado que eles eram irmãos. De pai diferente, mas era a mesma mãe?, disse o promotor.

Segundo a investigação, para enganar o marido, Giselma teria roubado o celular do filho e entregado ao irmão.

Kairon ligou para Humberto dizendo que o menino estava passando mal nesta rua. Desesperado, Humberto foi até o local.

Ele não encontrou o filho. No carro, foi abordado por Paulo em uma moto. O assassino atirou duas vezes. Uma das balas atingiu Humberto no peito e o motociclista fugiu.

?Acredito que ela mandou assassinar o meu pai por interesse financeiro. Ela não queria dividir o patrimônio que ela tinha com o meu pai com outra pessoa?, disse o filho.

A polícia chegou a suspeitar do filho do empresário, mas o rastreamento do aparelho celular dele levou à prisão de Kairon, que entregou todo o esquema.

Tivemos acesso à gravação do interrogatório dele.

?Só que ela me veio com uma proposta, né? De querer matar o marido. Ela disse que ela tinha 30 mil. Mas eu disse que isso aí era muito.Ela já me ligou dizendo que ela tinha uma ideia boa que era de pegar o celular do filho pra poder fazer a ligação?.

Delegado: - Carlos Eduardo sabia disso?

- Não senhor.

Descoberta, Giselma tentou incriminar o próprio filho.

"Ela através das ligações que ela fazia para as pessoas, ela meio que tentava jogar a culpa para mim. Dizia que ela tinha medo, porque eu talvez pudesse estar envolvido", disse o filho.

Giselma foi detida em casa na frente de Carlos Eduardo. Ficou um ano e seis meses na cadeia.

Só saiu com um Habeas Corpus concedido pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal.

Giselma, que sempre negou o crime, vive hoje em Goiânia.

A equipe do Fantástico tentou três vezes falar com ela.

Alô?

Giselma: Oi.

Por favor a dona Giselma? Dona Giselma, posso falar um minuto com a senhora?

Os dois homens contratados para matar o empresário já foram condenados: pegaram 20 anos de cadeia cada um.

Esta semana, chegou a vez de Giselma, acusada de ser a mentora do crime, enfrentar os jurados.

Na terça-feira, Carlos Eduardo e a mãe devem ficar frente a frente na sala no Tribunal do Júri de São Paulo. Ela ali no banco dos réus, apontada como a mandante da morte do marido. Ele como a principal testemunha de acusação. Além de Giselma, deve ser julgado também o irmão dela.

Valmir: Você imagina como vai ser esse momento?

Carlos Eduardo: Ela vai denegrir a imagem do meu pai, ela vai falar coisas que não são verdade a respeito dele.

Carlos Eduardo espera que Giselma seja condenada pela morte do pai dele.

?Infelizmente foi ela que mandou fazer isso. Eu, o que eu queria na verdade era ter uma mãe que não fosse uma assassina?, completou Carlos Eduardo.



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