Idosa agredida gritava socorro havia três meses, afirma vizinha

Cuidadora acusada de tortura foi levada para Bangu nesta segunda.

Avalie a matéria:
Em imagens, acompanhante bate e sacode a cabeça da vítima | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Vizinhos da idosa Tamine Buteri, de 87 anos, agredida e torturada por uma cuidadora em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, relatam, nesta segunda-feira (19), que os últimos três meses foram de grande desespero para ela. Segundo eles, foi nesse período que os gritos e pedidos de socorro começaram a ser ouvidos.

Presa neste domingo (18), a cuidadora Vera Lúcia Cardoso da Silva, de 49 anos, acusada de torturar e agredir a idosa, que sofre de Alzheimer, foi transferida para o presídio feminino de Bangu, na Zona Oeste do Rio, nesta tarde. Ela responderá por tortura. Segundo a Polícia Civil, testemunhas do caso devem prestar depoimento na quarta- feira (21).

?Ouvi várias vezes. Ela gritava pedindo ?socorro?, ?me larga? e a pessoa que estava cuidando dela ofendendo e gritando com ela?, afirma a enfermeira Cristiane Moura, 41 anos. Segundo Cristiane, ela e os filhos quiseram inúmeras vezes falar com a família da idosa, mas como eles trabalham e viajam com frequência nos finais de semana, nunca encontravam filhos ou netos da idosa.

Quando a idosa caiu, há cerca de 4 meses, e fraturou o fêmur, foi Cristiane que ajudou a socorrê-la. Segundo a vizinha, a situação estava deixando ela e os três filhos muito consternados. ?Por ela ser indefesa, isso nos deixava ainda mais irritados. É uma senhora magrinha, com porte bem frágil?, diz Cristiane.

Segundo a família, era comum ver a agressora na rua, lavando a calçada ou fumando. ?Jamais poderíamos imaginar que ela seria capaz daquilo. As imagens que vimos hoje nos chocaram demais. A cama estava em um estado lamentável. A gente ouve falar dessas coisas, mas quando é perto da gente, é ainda mais complicado?, afirmou Cristiane.

De acordo com o filho de Cristiane, Willer Duarte, de 18 anos, era até difícil conseguir dormir em função das agressões. ?Começava cedo, entre 7h e 8h, justamente na hora que ela devia estar fazendo a higiene da idosa. Nunca conseguíamos falar com a família para dizer que alguma coisa de errada estava acontecendo ali dentro?, afirmou.

A idosa mora em um terreno com duas casas e foram os vizinhos que moram no andar de cima que denunciaram a situação à família. ?A casa de cima ficou vazia um bom tempo. Essas pessoas mudaram há cerca de um mês e como eles tiveram contato com a família antes, avisaram o que estava acontecendo?, disse Cristiane.

Câmeras

O filho da idosa instalou câmeras na casa e descobriu que uma das cuidadoras agredia a idosa, conforme mostrou reportagem do Bom Dia Rio.

As gravações foram feitas durante três dias. Nas imagens, a acompanhante bate em Tamine Buteri. Ela também sacode a cabeça da vítima, que não pode se levantar da cama.

Durante um ano e oito meses, Vera acompanhou a senhora, que está com as duas pernas quebradas. A idosa foi agredida várias vezes. "Ela não podia ter feito isso com minha mãe, isso não justifica, mas agora quem vai resolver não somos nós, é a Justiça."

Foi o próprio filho que chamou Vera para ajudar a mãe. Os dois se conheceram na igreja que frequentam. Na delegacia, Vera se disse arrependida.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES