Indonésia caça suspeito por ataques em Jacarta; maioria das vítimas são estrangeiros

Segundo as autoridades, a maioria das vítimas das explosões --que deixaram nove mortos e 53 feridos--

Noordin Top | d
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O governo da Indonésia lançou neste sábado uma operação nacional para encontrar Noordin Top, um terrorista malaio, chefe de uma facção dissidente da rede terrorista Jemaah Islamiah, considerado principal suspeito dos ataques a dois hotéis de luxo em Jacarta.

 Segundo as autoridades, a maioria das vítimas das explosões --que deixaram nove mortos e 53 feridos-- são estrangeiros. Agentes de segurança vigiam proximidade do hotel Jw Marriott após ataque a bomba que matou ao menos nove O saldo de vítimas incluiria, segundo estimativas dos investigadores, dos dois homens-bomba responsáveis pelos ataques.

Entre os feridos, há oito americanos, além de cidadãos da Indonésia, Austrália, Coreia do Sul, Holanda, Itália, Reino Unido, Canadá, Noruega, Japão e Índia. Temendo novos ataques como os da noite desta quinta-feira (16), a polícia ampliou a segurança em alvos estrangeiros no país, além dos centros de operações estatais considerados vitais para o país.

A reação é resultado do susto geral causado pelo ataque em um país que há mais de quatro anos não sofria um ataque do tipo --resultado de uma grande campanha do governo de combate ao terrorismo, que resultou na prisão de centenas de militantes. "Nós estamos reconquistando a confiança pública para que a economia não seja impactada pelos incidentes. Elevamos o nível de alerta para que não haja nenhuma interrupção nas funções dos setores de economia", disse o Ministério de Economia do país. Entre os setores considerados vitais estão energia, telefonia e aeroportos.

O governador de Jacarta, Fauzi Bowo, propôs ainda uma nova legislação proibindo malas grandes em restaurantes e cafeterias. A medida foi proposta depois que um vídeo da câmera interna do hotel JW Marriott mostrou um suspeito com uma mala de viagens entrando no restaurante do hotel minutos antes da explosão. "Nós todos sabemos que o gerenciamento dos hotéis tinha um sistema de segurança de alta qualidade.

Os incidentes com bombas revelam que a um buraco no sistema", disse Fauzi, citado pelo jornal "Jakarta Post". "É melhor proibirmos malas grandes em restaurantes e cafeterias, particularmente nestes de alta classe em hotéis," disse Fauzi, acrescentando que entrará em contato com a Associação Indonésia de Hotéis e Restaurantes. Caçada A polícia vasculha neste sábado os dois luxuosos hotéis indonésios procurando pistas sobre as pessoas que estão por trás das explosões que abalaram quatro anos de estabilidade na nação com maior população muçulmana do mundo.

Embora autoridades não tenham conseguido concluir quem são os responsáveis pelos ataques, as suspeitas apontam para Noordin Top e o Jemaah Islamiah, grupo militante radical islâmico que realizou uma série de atentados com morte e que pareciam ter se encerrado em 2005. "Tem a assinatura de nossos "amigos", afirmou um ex-policial regional e que agora atua em contra-terrorismo. "Eu estou 200% seguro de que isto foi trabalho dele", disse Nasir Abbas, ex-líder do grupo terrorista que virou informante da polícia. "Considerando o alvo, o local e o conteúdo das bombas, foi claramente trabalho de Noordin." Noordin, um contador que tem entre 40 e 50 anos, é considerado um dos principais organizadores dos atentados em Bali de 2002 --que deixaram 202 mortos-- e 2005 --que deixaram 20 mortos--, além do ataque anterior ao Marriott, em 2004, que deixou dez mortos.

Um investigador afirmou ainda à agência Associated Press que a polícia confiscou anotações feitas a mão, um celular e um laptop no quarto 1808 do hotel JW Marriott, onde os terroristas se hospedaram por dois dias antes do ataque. Ainda segundo o investigador, que não quis se identificar, um recepcionista do hotel afirmou à polícia que o homem hospedado no quarto pagou com US$ 1000 em dinheiro, já que não tinha cartão de crédito.

O clérigo radical Abu Bakar Bashir, que foi considerado um dos chefes do Jemaah Islamiah no passado, afirmou que as bombas eram um "alerta de Deus à Indonésia por não respeitar a lei de Deus". "Aqueles que estavam envolvidos eram infiéis e apóstatas, que queriam impedir a jihad na Indonésia", acrescentou ele em uma mensagem de texto, por telefone, à Reuters. Ataques Aparentemente coordenados, os ataques ocorreram durante a manhã desta sexta-feira no horário local, um momento de movimentação nos hotéis.

As explosões atingiram o restaurante do Marriott e o porão do Ritz-Carlton, que ficam no luxuoso bairro Kinigan e estavam cheios de turistas e empresários estrangeiros, a maior parte deles australianos e europeus. Um responsável do centro de crise do ministério da Saúde, Rustam Pakaya, revelou que um neozelandês está entre os feridos. Em Seul, as autoridades informaram que um sul-coreano ficou ferido. O primeiro atingido foi o Marriott, às 7h50 (21h50 de quinta-feira em Brasília).

O hotel ficou com sua fachada parcialmente destruída. Testemunhas afirmam ter ouvido uma forte explosão que destruiu vidros de janelas em um raio de dezenas de metros. Segundo relatos, a segunda explosão ocorreu minutos depois e destruiu parte da fechada do hotel Ritz Carlton, onde o time de futebol do Manchester United se hospedaria neste sábado antes de um jogo amistoso contra uma equipe local.

Nos dois hotéis houve cenas de pânico e desespero, com hóspedes e funcionários ensanguentados e sobreviventes gritando por socorro. Os dois locais foram completamente interditados e a polícia ainda procurava por sobreviventes ou mais vítimas na tarde desta sexta (hora local).



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