Jovem que sonhava em ser policial é morto por engano por PM

Mas o projeto de vida do rapaz acabou na noite de sexta-feira (26).

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O sonho de se tornar policial fez com que Ruzivel Alencar de Oliveira, 19 anos, ganhasse o apelido pouco usual de “Policinha” nas ruas do Eldorado e Vila Paulina, bairros da periferia de Diadema (ABC paulista). Mas o projeto de vida do rapaz acabou na noite de sexta-feira (26).

Logo após ter deixado o trabalho de entregador de pizza para ir à casa da namorada, Oliveira foi morto com dois tiros (boca e peito) disparados por um policial militar, tão jovem quanto ele e que afirmou à Polícia Civil ter atirado “porque pensou que a vítima sacaria uma arma”.

Os destinos de Oliveira e de Getulio Alves da Silva, 25 anos, soldado do 24º Batalhão da Polícia Militar de SP, se cruzaram na esquina das ruas Cangati com Camarupim, no bairro Eldorado. O entregador de pizza seguia em sua motocicleta e o PM havia acabado de atender um caso de “perturbação da ordem pública” _um grupo de jovens ouvia som alto em um carro.

Os dois tiros contra Oliveira foram disparados quando o soldado Getúlio Silva ia embora do Eldorado, já que o dono do carro que tinha os potentes alto-falantes ligados naquela noite havia seguido a orientação de baixar o volume do equipamento.

Revoltados com a morte de Oliveira, moradores da região onde o rapaz vivia com sua família apedrejaram dois carros da PM que foram ao Eldorado dar apoio ao soldado Getulio Silva e ao seu companheiro de patrulhamento, o cabo Benedito Neves Soares, 47 anos.

Após o enterro de Oliveira na manhã deste domingo (28), os moradores voltaram a protestar e os serviços de algumas linhas de ônibus que atendem a região foram interrompidos. 

 Parecia ser

Na versão do soldado da PM apresentada à Polícia Civil, bastante contestada pelos moradores da área onde Oliveira foi morto, o entregador de pizza, mesmo pilotando sua motocicleta, “levou a mão à cintura fazendo aparecer o que seria uma arma de fogo”.

“Ademais, notou o miliciano estadual [soldado Getulio Silva] que o piloto [Oliveira] fez menção de munir-se com tal objeto [a suposta arma], tendo o policial militar a natural reação de sacar sua pistola e efetuar dois disparos contra o motociclista”, escreveu no registro do caso a delegada Valéria Andreza do Nascimento, do 1º Distrito Policial de Diadema.

Ainda segundo o soldado Getúlio Silva, mesmo baleado no peito e na boca, Oliveira conseguiu pilotar sua motocicleta para tentar escapar. Depois de atirar no jovem, o PM entrou no carro da PM onde seu companheiro o esperava e ambos localizaram o entregador de pizza caído na rua Camarupim.

Os dois PMs disseram que, até aquele momento, não tinham certeza se os tiros dados pelo soldado haviam ou não acertado Oliveira, confirmação que só tiveram depois dos socorristas do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) levarem o entregador de pizza para o Hospital Municipal de Diadema, onde ele chegou morto.

Apesar de afirmarem não terem conseguido ver se Oliveira estava ou não baleado, já que disseram não ter visto sangue no corpo do jovem e também porque ele estava caído de bruços, os dois PMs disseram à Polícia Civil que o revistaram no chão e encontraram com ele um revólver calibre 38 _a arma consta como roubada de uma empresa de segurança, em 2010, na Cidade Ademar, bairro da zona sul de São Paulo. 

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