Julgamento de Fritzl começa com protestos e sátira

Ele é acusado de ter mantido a a filha 24 anos presa num porão e a estuprado

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Uma encenação satírica contra a imprensa e um protesto contra a falta de amparo aos menores que sofrem abusos marcaram nesta segunda-feira (16) o início do julgamento de Josef Fritzl, o engenheiro austríaco aposentado acusado de ter mantido a a filha 24 anos presa num porão e a estuprado sistematicamente neste período.

"Isto tem pouco a ver com a realidade. É uma produção de Hollywood. Aqui, a imprensa tenta ganhar audiência com o sofrimento das vítimas", disse o dramaturgo Hubsi Kramar a um grupo de jornalistas a postos no tribunal em que o caso é julgado.

Como era esperado, centenas de repórteres e dezenas de equipes de TV invadiram a pequena cidade de Sankt Pölten, a 65 quilômetros de Viena, para cobrir o julgamento de maior apelo midiático da Áustria nas últimas décadas.

Kramar, conhecido no país pela mordacidade de suas críticas sociais, chamou a atenção, antes do julgamento, pela montagem da peça " Pensão Fritzl ", que causou muita polêmica e ficou marcada pelos ataques à exploração que a imprensa marrom faz do caso.

"As vítimas alcançam cotas" foi um dos slogans do espetáculo, que misturou números musicais, projeções e atores em cena para criar a "sátira midiática definitiva", segundo seus criadores.

Nesta segunda-feira, dois atores da peça foram para a frente do tribunal em que Fritz está sendo julgado e atraíram a atenção de todas as câmeras pelo inusitado figurino: um vestia um macacão branco ao qual estavam presos bonecos de bebês nus e o outro carregava uma cruz com brinquedos que representavam crianças.

Ao mesmo tempo, membros da ONG Resistência pela Paz protestavam com cartazes que traziam mensagens como "Vergonha para a Áustria", em alusão às leis que, na opinião da organização, são muito tolerantes para crimes como o de pedofilia.

"Aproveitamos a presença da imprensa para pedir ao governo austríaco que atue", disse aos jornalistas Peter Rosenauer, porta-voz da Resistência pela Paz.

Em seu protesto, a ONG espalhou pelo chão vários bonecos manchados de sangue, quebrados e sujos, com o intuito de denunciar a situação dos menores que sofrem maus-tratos e abusos.

Em volta do tribunal, dezenas de policiais formavam uma barreira para evitar que qualquer pessoa não autorizada tentasse entrar nele.

As emissoras de TV, por sua vez, montaram um palanque em frente à entrada do prédio, ao passo que dezenas de unidades móveis de canais internacionais lotam o estacionamento do centro de imprensa e os arredores do tribunal.



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