Júri absolve Bola de assassinato de carcereiro em 2000

Por quatro votos a dois, os jurados decidiram que o ex-policial não era culpado pelo assassinato.

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Após três dias de julgamento, Marcos Aparecido dos Santos - o Bola - foi absolvido no processo sobre a morte do carcereiro Rogério Martins Novelo, em maio de 2000, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Por quatro votos a dois, os jurados decidiram que o ex-policial não era culpado pelo assassinato. Após o anúncio da sentença, Bola celebrou o resultado com os advogados e com a família. Já o promotor do caso, Henry Wagner Vasconcelos de Castro, disse que vai recorrer da decisão. No próximo dia 19, o ex-policial, o goleiro Bruno Fernandes e mais três vão a júri popular pela morte e pelo desaparecimento de Eliza Samudio.

Bola deixou a sala do Tribunal do Júri de Contagem sem falar com os jornalistas. Em seguida, de acordo com os advogados, foi levado para o presídio onde está detido, em São Joaquim de Bicas, também na Grande BH.

Perguntado sobre o veredito dado pelos jurados, o promotor afirmou que respeita a decisão do júri popular. Entretanto ele afirmou que não concorda com a absolvição. ?A promotoria de Justiça apelará ao Tribunal de Justiça do estado de Minas Gerais?, declarou. Segundo Castro, a decisão desta quarta-feira (7) não vai exercer influência sobre o julgamento do caso Eliza.

Após a decisão, o defensor Ércio Quaresma disse que acredita que o seu cliente seja absolvido também no processo do caso Eliza Samudio. ?O que nós verificamos hoje é que o conselho de sentença de Contagem não se curva a sensacionalismo, a programas baratos. Ele [o júri] se atém à prova, ele é justo, ele prolata decisões que vêm de acordo com a prova do processo?, disse Quaresma.

Para o advogado, a absolvição também não vai influenciar no julgamento do dia 19. ?Qualquer sorte de resultado neste processo [morte de Novelo] não interfere no outro [processo do caso Eliza]. Cada processo tem a sua particularidade?, afirmou o defensor de Bola.

Middian Kelly dos Santos, filha de Marcos Aparecido dos Santos, disse que a família está muito contente. ?Nós estamos muitos felizes. E nós agradecemos a Deus, primeiramente, e depois aos três advogados que graças a Deus levou de uma maneira correta e com a verdade. Eu acredito que Deus ainda vai continuar nessa batalha que a gente ainda tem que enfrentar?, afirmou a filha de Bola, chorando, após a decisão.

Julgamento

A juíza Marixa Fabiane Rodrigues, responsável pelo processo sobre o desparecimento e morte de Eliza Samudio, presidiu julgamento, que durou cerca de 35 horas. Ao todo, seis testemunhas de defesa e acusação foram ouvidas. Durante os três dias, o julgamento movimentou o Fórum de Contagem, sobretudo nesta quarta-feira (7), quando houve debate entre a promotoria e a defesa.

No início da sessão nesta manhã, o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro caracterizou Bola como um ?matador impiedoso e covarde? e afirmou que o carcereiro foi assassinado por motivo desconhecido num crime com ?dinâmica própria de sujeitos que agem na pistolagem?. Segundo Castro, o réu tem características de um serial killer. O promotor citou o desaparecimento de Eliza Samudio, atribuindo a morte da modelo a Bola. ?Ele matou na mão asfixiando Eliza Samudio. Incumbido de tal encargo pelos seus corréus, aqueles que a imprensa tanto mostra, o goleiro Bruno, anti-herói, falso ídolo, e o Macarrão?, disse.

O pronunciamento de Castro foi encerrado por volta das 11h20 com um pedido de Justiça em relação à morte do carcereiro. "Ele espreitou, emboscou e assassinou covardemente a vítima. A justiça é a condenação exemplar à altura do crime", pediu.

Na sequência, o advogado Ércio Quaresma deu início ao pronunciamento da defesa e pediu que Bola se sentasse de frente para os jurados. Segundo Quaresma, não há provas nos autos para condenar Bola pela morte do carcereiro. Ainda segundo ele, a irmã da vítima que teria reconhecido o matador e procurado a polícia não estava na cena do crime.

O advogado mostrou o retrato-falado do suspeito e alegou que as características descritas na ocorrência policial não condizem com as de Bola. O advogado Fernando Magalhães, que integra a defesa, também falou durante a sessão e disse que a vítima tem uma extensa ficha criminal.

Após intervalo, a sessão foi retomada por volta das 14h20, dando continuidade ao debate entre promotoria e defesa.



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