Lutador de jiu-jitsu se revolta com namorada, provoca tumulto e espanca hóspede até a morte em hotel

O caso foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), no centro de Campo Grande e deve ser apurado pelo 1° Distrito Policial.

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O lutador profissional de jiu-jitsu Rafael Martinelli Queiroz, de 27 anos, morador de Araçatuba (SP), foi preso acusado de espancar até a morte Paulo César de Oliveira, de 49 anos, no hotel Vale Verde, em Campo Grande (MS). Segundo a polícia, a morte teria ocorrido na noite do último  sábado após o lutador agredir a namorada de 24 anos ao descobrir que o filho que ela espera não é dele. A moça conseguiu fugir pelos corredores e se esconder na recepção.

Nervoso, o lutador foi atrás da namorada, quebrando objetos e arrombando portas de apartamentos onde a namorada pudesse estar escondida. No apartamento 216, ele encontrou Oliveira, que sem motivo aparente, foi espancado até a morte. A vítima, de acordo com a Polícia, não conhecia o casal e faria aniversário nesta segunda-feira.

O caso foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), no centro de Campo Grande e deve ser apurado pelo 1° Distrito Policial. Como é ponto facultativo na cidade, Oliveira, que foi preso em flagrante por homicídio doloso, só deverá contar sua versão em depoimento marcado para esta quarta-feira, informou o delegado plantonista do Depac Bruno Uruban. Também nesta quarta-feira, a Justiça deverá decidir sobre o pedido de prisão preventiva feito pelo delegado Tiago Macedo dos Santos, que atendeu o caso na noite de sábado. Enquanto isso, o lutador, que já foi campeão mundial de sua categoria em 2008, ficará preso na carceragem do Grupo Armado de Resgate e Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras).

Segundo informações do Boletim de Ocorrência e da Polícia Civil, o casal estava no apartamento 221 do segundo andar do hotel. Oliveira participaria de uma competição na noite de sábado, mas antes disso se desentendeu e agrediu a namorada, que conseguiu sair do apartamento. Nervoso, o lutador saiu atrás da moça, batendo de porta em porta. No trajeto, quebrou forro de gesso, derrubou extintores e danificou portas de apartamentos, entre eles o de Oliveira, que foi espancado pelo lutador até morrer.

A moça conseguiu descer e avisar a recepção do hotel sobre o problema. Alertada pelo aviso e por barulhos no segundo andar, a recepcionista subiu e encontrou móveis e apartamento destruídos. Ao entrar no apartamento 216, viu Oliveira caído, já morto. Exames periciais constataram que a vítima apresentava ferimentos na cabeça e no rosto. Um dos ferimentos teria sido provocado por um golpe desferido com uma cadeira de madeira por Queiroz.

O lutador, segundo a polícia, também destruiu câmeras do sistema de vigilância do hotel, que registraram a confusão. Uma das imagens mostra o momento em que a moça aparece correndo pelo corredor e Queiróz, de camiseta, short e boné, a persegue. O lutador tentou dispensar o boné e a camiseta para fugir do flagrante, mas as imagens o denunciaram.

Em relato à imprensa, o delegado Thiago Santos disse que foram necessários dez policiais militares para conter o rapaz, de 1,90 e 140 quilos, que resistiu à ordem de prisão. Segundo ele, os laudos deverão concluir que, devido à força e violência empregada por Oliveira, ele tinha objetivo de matar “gratuitamente”. “Ele matou de graça, como mataria quem encontrasse pela frente”, disse o delegado aos jornalistas. Devido à violência do rapaz, o delegado não o ouviu na mesma noite. O depoimento deve ocorrer nesta quarta-feira.

Amigos de Oliveira, ouvidos pela reportagem, disseram que o lutador é calmo e carinhoso, mas teria se revoltado com a namorada ao saber que o filho que ela espera não é dele. O presidente da Federação de Jiu-Jitsu Desportivo do Mato Grosso do Sul, Fábio Rocha, disse ter se encontrado duas vezes com o lutador. Em uma delas, Oliveira estaria com a namorada e recomendou ao casal que fossem descansar para se preparar para a luta da noite. Na outra, por volta das 22 horas, Oliveira “estava sem camisa e com as mãos sujas de sangue, transtornado, procurando uma pessoa que não sabia dizer quem era”. De acordo com Rocha, o rapaz não tem histórico de confusão ou de uso de substâncias ilegais.

A reportagem não conseguiu localizar os advogados de Oliveira. O hotel expediu uma nota afirmando que os acontecimentos foram de ‘natureza fortuita”, que possui sistema de monitoramento e que as imagens gravadas foram entregues à polícia.



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