Mãe pediu proteção da Justiça antes da morte dos filhos

O requerimento feito pela defesa de Andreia nunca foi analisado.

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A juíza Érica da Cunha, da 1ª Vara de Família da Barra da Tijuca, afirmou à Corregedoria do Tribunal de Justiça que no processo de divórcio de Cesar Antunes Junior e Andreia Magalhães Castro Antunes não havia qualquer relato de violência ou ameaça contra Bernardo, de 6 anos, e Maria Nina, de 10, filhos do casal. A reportagem, no entanto, obteve uma cópia do pedido de proteção às crianças feito à Justiça pela advogada de Andreia. A solicitação para que os meninos fossem afastados do pai foi feita em 16 de fevereiro. Dezessete dias depois, na madrugada do último domingo, Cesar teria matado os dois filhos a facadas e se suicidado. O requerimento feito pela defesa de Andreia nunca foi analisado.

A petição foi protocolada dentro da ação de divórcio, às 17h53 de 16 de fevereiro, dois dias após Andreia ter sido mais uma vez agredida pelo ex-marido. O episódio foi relatado no documento. Na ocasião, descontrolado, Cesar trancou as crianças e Andreia dentro de sua casa por uma hora, impedindo que todos saíssem. Na frente dos filhos, xingou e agrediu a ex-mulher. De acordo com a petição, Bernardo e Nina ficaram apavorados com o que aconteceu.

No documento, são citadas ainda conversas pelo WhatsApp nas quais Cesar pede que Andreia busque as crianças, pois não estava aguentando. Em seguida, afirma que tomará um remédio tarja preta e dormirá o dia inteiro. Advogada de Andreia, a advogada Maria Clara Amado alegou em seu pedido que o ex-marido da cliente não tinha condições de cuidar dos filhos. “Pensando na preservação física e moral delas, a vítima implora por uma medida protetiva que garanta o afastamento do agressor das crianças, que não podem conviver com o pai em mais uma crise de surto”, afirma no documento.

À corregedoria do Tribunal de Justiça, a juíza Érica da Cunha afirmou ainda que não houve irregularidade no processo de divórcio de Andreia e Cesar e que o mesmo estava em fase de arquivamento. O site do Tribunal de Justiça do Rio, no entanto, mostra que a ação continua em andamento, tendo sido o pedido de medidas protetivas seu último movimento.

As declarações da magistrada foram divulgadas em nota oficial pela assessoria de imprensa da corregedoria. No comunicado, o órgão diz ainda que está apurando se houve alguma falha administrativa na ação.

Na petição protocolada pela defesa de Andreia, é relatado que Cesar deixou de levar a filha, Nina, à psicóloga, uma das exigências do que foi combinado no divórcio, e deixou que ela perdesse aulas por uma semana. Segundo o documento, “tudo porque o pai dormiu o dia inteiro e não conseguiu acordar para levar a criança para a escola”.



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