Médica dirá à polícia que remédio não afetou suspeito de chacina em família

Ela tratou de Marcelo Pesseghini, que teria matado parentes e se suicidado.

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A médica do único suspeito de assassinar toda a família e se suicidar na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo, no início deste mês, dirá à Polícia Civil de São Paulo que os remédios tomados por Marcelo Pesseghini, de 13 anos, para combater uma grave doença degenerativa não afetavam o comportamento do estudante ou lhe causavam transtornos psicológicos.

O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) quer saber se o uso contínuo de medicamentos contra fibrose cística pode ter afetado o adolescente e contribuído para os crimes.

A pneumologista Neiva Damaceno acompanhou o tratamento de Marcelo contra a doença desde a sua infância na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na região central. Em entrevista, ela adiantou o que deverá declarar nesta quinta-feira (22) aos investigadores. Mais de 30 pessoas já foram ouvidas pela polícia para tentar esclarecer o caso.

?Os medicamentos que tomava não tinham implicação ou efeito colateral. Os remédios não mudaram seu comportamento ou lhe trouxeram transtornos psicológicos. Essa doença também não comprometia o desenvolvimento neurológico ou mental. Também não há relato de uso de droga, de anormalidade de comportamento?, disse a médica.

O adolescente é apontado pelo DHPP como o principal suspeito dos disparos que mataram seus pais, o sargento das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos, e a cabo Andreia Regina Bovo Pesseghini, de 36 anos, a avó materna Benedita de Oliveira Bovo, de 67 anos, e a tia-avó Bernadete Oliveira da Silva, de 55 anos. Os crimes foram cometidos nas casas de um mesmo terreno onde todos moravam. O motivo dos assassinatos e do suicídio ainda não são conhecidos.

Medicamentos

Entre os medicamentos que Marcelo tomava estavam vitaminas, insulina injetável e outros remédios. A fibrose cística é uma doença genética que afeta o funcionamento de secreções do corpo, levando a problemas nos pulmões e no sistema digestivo. Ela não tem cura e pode levar à morte precoce. Quando era bebê, alguns médicos teriam dito aos pais que ele não sobreviveria até os 4 anos. A polícia investiga se os crimes poderiam estar relacionados à doença do garoto, que teria pouca expectativa de vida.

?Ele não corria nenhum risco de morrer. Estava ótimo. Chegou à segunda década de vida em condições excelentes de saúde?, disse a médica que atendeu Marcelo pela última vez duas semanas antes do crime.

Questionada pela equipe de reportagem se ela acredita na versão apresentada pela polícia de que foi seu paciente que assassinou a família e se matou em seguida, Neiva respondeu: ?Para mim ainda é inexplicável. Foi um susto, um choque, uma surpresa?.

Segundo a médica, Marcelo ia para o tratamento na Santa Casa acompanhado da mãe e da avó materna e, eventualmente, pelo pai. ?Me lembro de um menino educado, sorridente, carinhoso que nunca teve transtorno de comportamento?, disse Neiva.



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